Pelo segundo ano consecutivo, as celebrações da festa junina precisarão ser reformuladas por causa da pandemia. Também conhecida como Festa de São João, é uma tradição brasileira comemorada em junho, e às vezes até em julho, sendo um dos eventos mais esperados, principalmente nas escolas. Devido ao coronavírus, a comemoração tem sido adaptada aos tempos de pandemia e já foi feita de diversas formas. Na versão 2021, diversas escolas aderiram ao modelo híbrido de arraial: parte virtual e parte presencial.
Cláudia Xavier, diretora do Colégio Rio Branco, unidade Granja Viana, conta que foi muito discutido como trazer o espírito da festa para esse momento pandêmico. “O mais importante era trazer a cor e a alegria para este momento. O que a gente tem percebido é que existe uma necessidade muito grande de trazer de volta um pouco daquela escola que não existe mais, porque a gente precisou se reinventar”, explica. Para isso, prepararam diferentes atividades para os alunos que iriam no presencial e no online. “Nada vai substituir a nossa festa tradicional, mas quisemos trazer esse acolhimento”, diz. Devido às muitas adaptações necessárias, neste ano o nome da festa foi mudado para Vivências Juninas. Serão disponibilizadas diferentes atividades para os alunos que optarem pelo presencial e para aqueles que permanecerem no online, mas também terão alguns momentos de junção entre os dois grupos, explicou a diretora.
A Escola Estilo de Aprender, de São Paulo, também adotou este modelo híbrido. Luiz Camacho, coordenador, explica que, para evitar grandes aglomerações, a festa foi distribuída durante toda a última semana de junho. Serão feitas fogueiras no quintal apenas com os alunos e funcionários da instituição. “A festa, que era uma celebração de encontro, virou uma celebração de alguns encontros, mas da mesma forma potente”, relata.
Algumas instituições também optaram por manter a festa junina virtual, como o Colégio Dante Alighieri. Mesmo no online, não abriram mão das tradições da celebração. A escola disponibilizará links que as crianças poderão acessar para entrar no salão de dança, para brincar nas barracas e para participar de oficinas. O arraial terá até um correio elegante, em que as mensagens serão enviadas pelo chat e lidas ao vivo. “Foi feito um trabalho pedagógico para que as crianças possam conseguir sentir essa alegria da festa mesmo à distância”, diz Gabriela Abdalla, coordenadora do Departamento de Música do Dante.
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Por que é importante comemorar a festa junina na pandemia?
Algumas escolas optaram por realizar a festa junina presencialmente, claro que com muitas mudanças para seguir as medidas de segurança, como a Escola Castanheiras, de Santana do Parnaíba, em São Paulo. Para Danielle Ambrósio, coordenadora das atividades complementares e culturais da Castanheiras, a festa junina consegue destacar o que tem de mais bonito na cultura brasileira. “A importância é enaltecer a diversidade, a força e a alegria das manifestações culturais brasileiras. Não vamos poder vivenciar isso aglomerado, junto, mas podemos trazer um pouquinho daquilo que ela faz a gente sentir”, diz a coordenadora.
Luiz Camacho concorda que a festa junina – virtual ou presencial – é um importante marco e é interessante que as escolas e famílias comemorem da forma que acharem que faz mais sentido.
“Nesse momento de pandemia, é importante a gente resgatar a cultura brasileira e não deixar o fogo se apagar. A festa junina é uma das manifestações culturais mais expressivas aqui do Brasil e mesmo comemorando à distância, você oportuniza o conhecimento desse caldeirão de cultura, de danças, comidas e música”, diz Gabriela Abdalla. Seja no online ou no presencial, para a educadora o importante é lembrar e festejar a data. “Quando a gente celebra esse momento com as crianças, deixamos a Festa Junina sempre viva no imaginário do povo”, completa.
Segundo Danielle Ambrósio, o mais importante de celebrar a festa em casa é envolver as crianças em todo o processo, desde a preparação das comidas até a montagem da decoração e das brincadeiras. “O legal é chamar as crianças para planejar e decidir junto como será a celebração e as adaptações. A ideia é brincar junto”, aponta.
Além disso, é interessante que os pais incluam momentos pedagógicos na festa, ressalta Cláudia Xavier. “Os pais devem ficar muito ligados ao que está sendo trabalhado na escola do seu filho, para que ele possa trazer além desse momento de lazer, de aconchego, também uma extensão do aprendizado dessa cultura”, diz a diretora. Para isso, eles podem apresentar vídeos, estimular perguntas sobre a festa junina, a decoração e a culinária, além de ouvir músicas típicas e trazer personagens importantes. “Se não trabalhar essas questões, fica só a festa pela festa, e a gente sabe que a celebração é muito mais do que isso. É uma forma de construção de repertório e de ampliação dessa cultura regional que a gente tem tão forte”, relata.
Dicas de brincadeiras para animar a festa junina virtual
Os especialistas selecionaram indicações de brincadeiras juninas que podem ser feitas dentro de casa para celebrar a festa em segurança. Confira!
Jogo das argolas
Materiais:
- 10 garrafas de plástico ou de vidro do mesmo tamanho
- 10 Tampas de plástico
- Água
- Materiais para decorar (papel crepom, fita crepe etc)
Sugerido pela Escola Castanheiras, este é um jogo bem típico do arraial e é possível ser montado com objetos encontrados em casa. Dentro das garrafas, é preciso colocar um pouco de água para deixá-las mais estáveis e fechar direitinho para a água não derramar. Elas também podem ser decoradas com temas juninos. As garrafas devem ser dispostas no chão em um triângulo, com distâncias variadas para definir a quantidade de pontos que cada uma vai valer. Para fazer as argolas, é preciso pegar tampas de plástico que caibam nas garrafas e cortar o meio fazendo uma forma circular. Cada jogador tem 10 chances de acertar as garrafas com as argolas, ganha quem fizer a maior quantidade de pontos.
Tomba lata
Materiais:
- 10 latas de alumínio (pode ser de achocolatado, leite em pó, ou até latas menores de milho e leite condensado)
- Bolinhas (de borracha ou meia)
- Materiais para decorar (papel crepom, fita crepe etc)
A Castanheiras indicou outra brincadeira simples e divertida que pode ser feita com materiais recicláveis. Para jogar, faça uma pirâmide com 4 latas na base, 3 em cima e assim por diante. Com bolinhas de borracha ou até de meia, a brincadeira é derrubar as latas acertando-as de longe
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Boca do Palhaço
Materiais:
- Papelão ou cartolina
- Bolinhas (de tênis, borracha ou meia)
- Materiais para desenhar e decorar
As mesmas bolinhas utilizadas para jogar “Tomba lata” podem ser reutilizadas para esta outra brincadeira. Indicação da Escola Castanheiras, é fácil de criar: basta desenhar um grande rosto de palhaço em um papelão e recortar um buraco na sua boca. Pendure o palhaço ou apoie-o de pé de alguma forma. As pessoas devem acertar a bolinha no buraco, jogando de uma certa distância.
Pescaria ou Maçã na Água
Materiais:
- Bacia
- Água
- Bonequinhos ou objetos para serem pescados
- Colher ou peneira
- Maçã
Gabriella Abdalla sugeriu uma adaptação acessível para o jogo da pescaria: em uma bacia relativamente grande, colocar água e objetos encontrados em casa para serem pescados. Para a vara, podem ser usadas colheres ou peneiras. Uma outra opção, sugerida pela Castanheiras, é colocar maçãs na bacia com água e tentar pegar com a boca, sem usar as mãos.
Pula a fogueira
Materiais:
- Objetos ou móveis da casa
Pular a fogueira é uma brincadeira muito famosa. Nas festas de São João, a fogueira tem o significado de festejar a vitória da luz contra a escuridão. Em casa, para manter a tradição viva, mas em segurança, Luiz Camacho sugeriu que as famílias pulem os próprios móveis das casas ou objetos para simbolizar a fogueira.
Brincar com sucata
Materiais:
- Caixas de papelão
- Garrafa de plástico
- Outros materiais recicláveis
- Fita crepe
Além das brincadeiras mais tradicionais, Cláudia Xavier sugeriu que os pais explorem a criatividade. Segundo ela, uma brincadeira simples que as crianças gostam bastante é construir esculturas. Para trabalhar a sustentabilidade, a diretora do Rio Branco sugeriu que os pais ofereçam sucata e materiais não estruturados para os filhos brincarem.
Quem pode junino
Gabriela Abdalla indicou uma brincadeira que fez o maior sucesso na última Festa Junina virtual do Dante. O jogo consiste em pedir para as crianças buscarem objetos dentro de suas casas. Os professores dizem, por exemplo: “Quem pode buscar o maior sapato da casa?”. A criança que trouxer o maior vence. É uma brincadeira simples e divertida e os pequenos podem inclusive brincar online.
Tiras de papel
Materiais:
- Papel ou cartolina
- Canetas e lápis
Luís Camacho também compartilhou uma ideia que funcionou muito bem no Estilo de Aprender. Os alunos cortaram tiras de papel ou de cartolina e escreveram desejos para este ano. As tiras ficaram penduradas no telhado da escola e serão queimadas na fogueira na Festa Junina. Para ele, esta é uma atividade interessante que pode ser feita em casa, a família pode decidir em conjunto o que vão desejar e depois combinar se irão queimar ou deixar as tiras penduradas, dependendo do espaço de cada casa.
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Minha filha tem 6 anos e , é muito esperta e natural, embora sou separado e tem me espelhado como ser humano, e obesidade de crescer, o difícil é lidar com a mãe dela!
Tanto eu, como ela, o outro filho dela de 16 anos e o irmão dela de 49 anos!
Tá difícil lidar com a situação, mas vou conseguindo!
Tenho 41 anos, tenho que as Vezes dar corda para não descontar em minha filha, como não deixar ela ficar comigo, etc!
Olá, Sidney, obrigada por compartilhar sua experiência aqui conosco. Abs, Verônica