Mediação de conflitos pode promover relações mais saudáveis nas escolas 

    Especialista sugere o diálogo com alunos e famílias para acolher e legitimar sentimentos

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    Alunos estudam juntos em sala de aula
    A escuta empática e a construção de acordos de convivência fazem parte da mediação nas escolas
    Buscador de educadores parentais
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    Pesquisas mostram uma alta incidência de casos de violência no ambiente escolar brasileiro. Segundo dados da Plataforma Conviva, sistema de ocorrências escolares, em média, 108 casos de agressão física são registrados por dia, nas quase 5 mil escolas de São Paulo. Também houve um aumento nos últimos anos no número de ameaças e casos de bullying, mostrando um cenário preocupante em um espaço que deve oferecer proteção e segurança aos alunos, sendo voltado à formação intelectual e cidadã dos mesmos. 

    Para reduzir esses números e promover relações interpessoais mais saudáveis, é fundamental investir na mediação de conflitos, de modo a permitir que os alunos vivenciem a escuta empática, bem como a construção de acordos de convivência e de restauração das relações, destaca Maria Inês Pires de Campos Maia Szocs, orientadora educacional da unidade de São Paulo da rede de Colégios Santa Marcelina.

    Ela aponta o desenvolvimento de habilidades socioemocionais como o pilar da prevenção e resolução de conflitos. “Aspectos como autogestão, autoconsciência, relacionamento interpessoal, consciência social e abertura ao novo possibilitam aos estudantes a construção de pontes de interlocução, a argumentação de forma respeitosa e a contribuição para a melhoria das relações”, afirma.

    Para ela, é essencial vivenciar, no cotidiano, a prática da não violência, da cooperação e da empatia, com o objetivo de impactar verdadeiramente o comportamento. Para tanto, as questões de conflito devem ser abordadas por meio de rodas de conversa, assembleias ou círculos de restauração, de forma estruturada, promovendo assim um ambiente mais seguro, justo e com qualidade afetiva para todos. Estudos de casos e dramatizações, bem como espaços de escuta individualizada também são estratégias positivas a serem utilizadas.

    “A mediação de conflitos precisa ter um caráter preventivo, por meio de ações de reflexão sobre as dificuldades de relacionamento naturais da condição humana”, pontua a especialista. Ainda, é importante incentivar o diálogo entre a família e a escola para fortalecer laços e reforçar propostas em comum, que contribuam para a formação adequada dos alunos, favorecendo o seu desenvolvimento cognitivo e socioemocional.

    “O trabalho articulado da orientação educacional e equipe pedagógica, promovendo o diálogo com os estudantes e suas famílias, visa acolher, legitimar sentimentos e fazer ajustes necessários, dentro dos limites das possibilidades institucionais”, esclarece Maria Inês.

    Por meio dessas ações, o objetivo é que se crie um ambiente escolar mais saudável e propício ao processo de aprendizagem de crianças e jovens.

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