Seminário destaca importância do cuidado e apoio às famílias

Debate realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, reuniu especialistas de diferentes áreas para falar sobre programas parentais e a necessidade de ampliar políticas públicas nessa área

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Seminário parentalidade e cuidado, realizado na Câmara Deputados, em Brasília
A diretora da Canguru News, Ivana Moreira (à esquerda), Jorge Nishimura, do grupo Jacto, e a deputada federal Laura Carneiro, durante o evento
Buscador de educadores parentais
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A importância de fortalecer e apoiar as famílias para que possam exercer a parentalidade com sucesso foi o tema central do Seminário Parentalidade e Cuidado, realizado na quarta-feira, 19, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O debate foi organizado pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, e tinha como objetivo celebrar o 30º aniversário do Ano Internacional da Família. 

“A parentalidade é essencial para o desenvolvimento integral da criança e do adolescente, abrangendo não apenas aspectos físicos, mas também a saúde mental, social e emocional. Nesse contexto, a família é o lugar natural de proteção e cuidado. É preciso apoiá-la, por meio de iniciativas públicas, nessa função”, disse a deputada federal Laura Carneiro, que presidiu a mesa de palestrantes no evento. 

Políticas voltadas às famílias possibilitam fortalecer vínculos familiares e melhorar as práticas parentais como apontou o secretário da Família, Cidadania e Segurança Alimentar de Osasco (SP), Marcelo Couto Dias. “Já existem evidências científicas que mostram a relação entre o estilo parental e o comportamento da criança, trazendo impactos positivos no campo educacional e em aspectos relacionados à saúde mental e física, e ao uso de álcool e drogas, por exemplo”, afirmou o secretário, que apresentou dados sobre implementação de programas parentais em Osasco, com foco na primeira infância e na transição para adolescência. 

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Especialistas afirmam que a violência doméstica e a negligência familiar podem ser combatidas quando há um ambiente seguro e de proteção que favoreça o desenvolvimento pleno das crianças e reduza as chances de vulnerabilidade a fatores de risco. “O apoio ao desenvolvimento da parentalidade gera uma transformação na realidade daquela família, e serve como estratégia de prevenção de abuso e negligência contra crianças”, afirmou Rodolfo Canônico, diretor executivo da ONG Family Talks, durante apresentação no seminário.

Profissão do educador parental ainda é pouco conhecida

Há nove anos empreendendo na área de parentalidade, a diretora da Canguru News, Ivana Moreira celebrou a aprovação da Lei 14.826, em março deste ano,  que instituiu a parentalidade positiva e o direito ao brincar como estratégias de prevenção à violência contra crianças. Contudo, ela ressaltou a importância de ampliar o debate sobre o assunto e as ações voltadas a esse público para que cada vez mais famílias tenham acesso a informações e conhecimento sobre como educar os filhos de forma respeitosa, acolhedora e sem violência. “Existem profissionais para orientar as famílias, existem dados e pesquisas comprovando os bons resultados dos programas parentais, agora o que falta é a multiplicação dessas iniciativas”, disse Ivana, uma das palestrantes do evento. 

Ela também falou sobre o número cada vez maior de profissionais que atuam como educadores parentais, embora essa seja uma profissão ainda pouco conhecida no país. E citou como exemplos dados da Parent Coaching – uma das escolas mais tradicionais para educadores parentais, que já formou mais de dez mil profissionais – e a realização do Congresso Internacional de Educação Parental, que este ano chega a sua quinta edição e tem reunido um público cada vez maior. “São pedagogos, pediatras, psicólogos, professores, jornalistas, advogados e assistentes sociais que querem se atualizar e trocar experiências com outras pessoas da área”.

O seminário contou ainda com a participação de convidados como Alessandra Turini Bolsoni Silva, professora da Unesp; Jorge Nishimura, presidente do Conselho de Administração do Grupo Jacto e fundador da Universidade da Família; Marta Volpi, diretora de Proteção da Criança e do Adolescente, da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; e Marina de Pol Poniwas, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).  

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