O envolvimento da família tem um grande impacto no desenvolvimento e sucesso do aluno. Porém, para muitas escolas, é um desafio enorme manter uma relação próxima com os pais que, não raro, desconhecem o trabalho realizado pela instituição e se mantêm distantes das atividades educacionais. A educadora e pesquisadora Silvia Colello ressalta que a parceria escola e família prevê responsabilidade e comprometimento. “A educação escolar é uma tarefa para profissionais, mas a competência pedagógica dos educadores não pode dispensar a parceria dos pais”, diz ela, no livro Crianças na escola… E agora?, da Summus Editorial.
É fundamental, portanto, que a escola reavalie os processos de interação com as famílias, pensando em estratégias que fortaleçam o vínculo e permitam uma comunicação mais assertiva. A seguir, veja sugestões sobre o assunto.
1 – Divulgar o trabalho realizado
Para que possam colaborar, os pais precisam ser incluídos no planejamento pedagógico, de modo que entendam as estratégias da escola e o que se espera deles. Segundo Silvia, os encontros com as famílias devem detalhar a rotina, partilhar linhas de conduta, discutir dificuldades específicas, apresentar propostas de ensino e acompanhar o desempenho dos alunos. “A conversa respeitosa e construtiva é a melhor estratégia para fortalecer propostas pedagógicas, resolver dúvidas, diluir conflitos e definir encaminhamentos na vida dos estudantes”, afirma.
2 – Ouvir os pais
Promover encontros em que somente gestores e professores falam e a temática principal gira em torno do mau comportamento do aluno não vai contribuir para a aproximação com as famílias. Os pais têm de ter espaço para se expressar tanto quanto os educadores e, juntos, eles possam pensar no que pode ser feito em prol da aprendizagem das crianças.
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3 – Promover ações de engajamento familiar
É interessante que os pais frequentem a escola não só em dias de reuniões coletivas e das individuais, para falar de questões relacionadas apenas ao filho. Planejar atividades e eventos que os envolvam é uma ótima maneira de estreitar a relação. O calendário pode prever, por exemplo, mostras, feiras e práticas artísticas e esportivas em que os pais são convidados a participar dos eventos com os filhos, para conhecer produções, assistir a apresentações ou mesmo ir a campo para um jogo de futebol ou queimada. Quando couber, também vale convidar alguns dos pais e/ou mães para que falem de suas experiências profissionais em sala de aula e/ou contribuam de alguma forma – seja na gravação de vídeos, para quem trabalha com audiovisual, seja no preparo e divulgação de alimentos, no caso de cozinheiros ou confeiteiros. Ainda, promover palestras e rodas de conversa sobre temas como educação financeira, bullying e sexualidade também é importante para que os pais possam refletir, trocar experiências e orientar os filhos com maior conhecimento e alinhados ao que está sendo trabalhado na escola.
4 – Preparar avaliações individualizadas
Além de divulgar as notas das avaliações, é importante que a escola mostre a evolução de cada aluno ao longo dos meses, o que ele avançou e o que precisa melhorar. Ao ter uma noção real do desempenho dos filhos, fica mais fácil ajudar. A avaliação individualizada também deve abordar aspectos como postura de estudante, atitudes colaborativas, dentre outras que a escola considera e trabalha com os alunos.
Todas essas estratégias fortalecem a comunidade escolar. “Em síntese, cabe às escolas acolher as famílias e aos pais, estar presente na vida escolar”, conclui Silvia.
