93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no país, revela pesquisa

Pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 também mostrou que a TikTok é a principal rede social utilizada por crianças e adolescentes

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Menino negro de camisa branca digita no celular
Pesquisa ouviu 2.651 crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou responsáveis, em todo o país
Buscador de educadores parentais
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O número de crianças e adolescentes conectados à internet cresceu nos últimos anos. Segundo o estudo TIC Kids Online Brasil 2021, recém-divulgado, 93% ou 22,3 milhões das crianças e dos adolescentes no país acessaram a web em 2021, sendo que em 2019 esse percentual era de 89%. O crescimento foi impulsionado principalmente pela maior proporção de usuários na região Nordeste e nas áreas rurais.

O uso de redes sociais pelas crianças também tem se elevado, sendo a plataforma Tik Tok a mais utilizada (34%), seguida pelo Instagram (33%). No Facebook, houve queda no uso de 66% para 51% no período citado. Já o WhatsApp segue como a plataforma em que crianças e adolescentes mais possuem perfil (foi de 70% em 2018 para 80% em 2021), e é a mais difundida entre todos os estratos sociais.

A pesquisa, conduzida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entrevistou 2.651 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional. As entrevistas aconteceram entre outubro de 2021 e março de 2022, com a finalidade de investigar oportunidades e riscos relacionados à participação online desse público.

Segundo o levantamento, as crianças também estão passando mais tempo em jogos online – seja conectadas com outros jogadores (de 57% para 66%, entre 2021 e 2019) ou não conectadas a eles (de 55% para 64%) -, e fazendo mais compras no ambiente digital – cresceu de 9% para 19% no mesmo período.

“Plataformas de criação e compartilhamento de conteúdo audiovisual estão entre as mais utilizadas por crianças e adolescentes. Nesse contexto, a qualidade da conexão à Internet e dos dispositivos digitais utilizados para o acesso à rede passam a ser determinantes para o melhor aproveitamento de oportunidades online. É central, portanto, garantir condições equitativas de conectividade para crianças e adolescentes em diferentes contextos socioeconômicos”, aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. 

A pesquisa TIC Kids Online detectou, ainda, que o telefone celular segue como o principal meio de conexão à rede nos diferentes extratos sociais. Para 53%, o celular foi o único dispositivo usado, realidade que se verificou mais presente nas classes DE (78%) e C (52%) do que nas classes AB (18%). 

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Acesso a propagandas

Entre as atividades multimídia, as mais acessadas pelas crianças são ouvir música (80%), assistir a vídeos, programas, filmes ou séries (84%), Sítios de vídeos (67%) e redes sociais (61%) estão entre as principais plataformas em que crianças e adolescentes usuários de internet declaram ter visto propaganda de produtos ou marcas. Pessoas ensinando como usar algum produto (62%) e abrindo embalagens — o chamado unboxing – (61%) foram os principais conteúdos de imagem ou vídeo em que crianças e adolescentes usuários da rede tiveram contato com divulgação de produtos ou marcas. Entre as principais categorias de produtos ou marcas vistas no ambiente online estão:

  • Equipamentos eletrônicos (60%);
  • Roupas e sapatos (60%);
  • Comidas, bebidas ou doces (57%);
  • Videogames ou jogos (46%);
  • Maquiagem e outros produtos de beleza (46%). 

Busca de informações sobre saúde e bem-estar

A pesquisa também constatou que 32% dos jovens entre 11 e 17 anos procuram ajuda para lidar com algo ruim que vivenciaram, ou para falar sobre suas emoções quando se sentiram tristes.

Entre os temas mais procurados relacionados à saúde estão:

  • Informações sobre alimentação (55%);
    Prevenção e tratamento de doenças (38%);
    Exercícios e meios para ficar em forma (36%);
    Informações sobre medicamentos (22%);
  • Discussões sobre saúde sexual e educação sexual (21%).

“A pesquisa busca levantar evidências que contribuam para a promoção de direitos e do bem-estar de crianças e adolescentes. Desse modo, para além das atividades presentes na série histórica da pesquisa, o uso da rede na busca de informações sobre saúde e apoio emocional passou a ser um tema relevante de investigação”, sinaliza Barbosa.

“Pesquisas como a TIC Kids Online Brasil são de extrema relevância para entendermos o cenário atual e fortalecermos o letramento e inclusão digital dos mais jovens, com mais segurança e qualidade, questões intrínsecas ao trabalho realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil”, pondera José Gontijo, coordenador do CGI.br.

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