Por Lia Aguiar Cordeiro
“É tão bonito criança gordinha”. “Ah, depois cresce e emagrece”… Quem nunca ouviu uma dessas frases por aí? Esses pensamentos são muito mais comuns do que imaginamos e banalizam o que hoje se tornou uma epidemia mundial: a obesidade infantil.
Para começar, vamos esclarecer: obesidade é uma doença. Uma doença crônica que pode vir acompanhada de inúmeros problemas, como elevação do colesterol, hipertensão, diabetes, doenças do coração e do fígado, entre outros.
Cada vez mais, crianças e adolescentes apresentam essas alterações. A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Até 2025, cerca de 75 milhões de crianças estarão obesas.
A vida corrida do dia a dia muitas vezes faz com que as opções “práticas” sejam escolhidas de forma instantânea pelas famílias, como bebidas e alimentos industrializados. Ao mesmo tempo, a tecnologia, que deveria ser uma grande aliada, joga contra. Em vez de um ambiente agradável, entra em cena o uso excessivo de tablets, computadores e celulares.
Precisamos entender que a obesidade resulta de um balanço entre o que ingerimos e o que gastamos de energia. Logo, é uma matemática fácil de entender, mas difícil de ser colocada em prática. Por isso, seguem algumas medidas de prevenção:
» Pais, irmãos e avós devem jogar no mesmo time e adotar hábitos saudáveis.
» Descasque mais. Desembale menos. Dê preferência a legumes, frutas, verduras e leguminosas.
» Não use bebidas industrializadas aparentemente inofensivas, como sucos de caixa, guaraná natural e refrigerantes. Elas prejudicam a absorção dos nutrientes, engordam e não produzem saciedade.
» Na escola, explique a importância de não permitir que a criança coma besteiras, questione se houver opções ruins na cantina e mande o próprio lanche.
» Ajude seu filho a mexer o esqueleto! Pelo menos três vezes por semana a criança deve fazer atividade física. Também é preciso evitar o sedentarismo em casa. Ajudar a varrer, subir escadas e caminhar são ações que parecem mínimas, mas fazem diferença.
» Inclua seu filho em todo o processo de escolhas alimentares. Valorize todo o desenvolvimento e comemore cada conquista.
Após essas dicas, olhe para a sua casa e avalie os hábitos alimentares de toda a família. Se seu filho estiver acima do peso, procure um endocrinologista infantil para uma avaliação. Embora a maioria dos casos de obesidade seja de causa externa, é sempre importante descartar a existência de alterações hormonais e monitorar o surgimento de possíveis complicações. Por isso, o acompanhamento nutricional é fundamental.