6 dicas espertas para fazer aquela organização de fim de ano no quarto das crianças

Mais do que abrir espaço físico, deixar o quarto em ordem, retirando o que não serve mais, antes das festas ajuda a criança valorizar o que chega e a criar uma relação mais consciente com os brinquedos e outros pertences

 

 

Os brinquedos já chegaram. A empolgação tomou conta da casa, o chão virou cenário de brincadeira e, em poucos minutos, o quarto parece menor do que era antes. Quem nunca?

Depois da alegria do ganhar, vem um convite importante para as famílias: parar, olhar em volta e pensar no espaço — físico e emocional — que esses novos brinquedos vão ocupar. Porque ganhar é delicioso, sim. Mas aprender a escolher o que fica, o que vai embora e como cuidar do que se tem faz parte da infância.

Quando a criança participa desse processo, ela aprende muito mais do que organização. Aprende sobre escolhas, responsabilidade, desapego e cuidado. Arrumar não é castigo, é construção.

A seguir, reunimos seis orientações simples e possíveis para transformar esse pós-presentes em um momento de aprendizado, conversa e conexão em família.

  1. A conversa vem antes das caixas

Antes de tirar tudo do lugar, chame seu filho para conversar. Explique que novos brinquedos chegaram e que, para isso, o quarto precisa de espaço. Essa antecipação ajuda a reduzir resistência e ansiedade. Perguntas simples ajudam a envolver: “Quais brinquedos você mais usa hoje?” ou “Tem algum que você acha que já cumpriu seu papel?”. Quando a criança participa das decisões, a organização deixa de ser imposição e vira construção conjunta.

  1. Separe por categorias

Uma boa estratégia é organizar os brinquedos por tipos: jogos, bonecos, carrinhos, livros, fantasias. Isso evita sobrecarga e ajuda a criança a enxergar melhor o que tem — algo que, muitas vezes, ela mesma desconhece. Além disso, esse método facilita a escolha do que fica, do que pode ser doado e do que precisa de conserto ou descarte.

  1. Doar, mas com carinho

Os brinquedos em bom estado podem – e devem ser doados. Eles podem fazer a alegria de outra criança. Mas é fundamental que as crianças aprendam desde cedo que este gesto não deve ser vivido como punição ou perda forçada. Explique que outros brinquedos vão chegar, que há crianças que podem se alegrar com aquilo que já foi muito amado e que doar não apaga memórias. Fotografar o brinquedo antes da doação pode ajudar crianças menores a se despedirem com mais tranquilidade. Também é fundamental doar os brinquedos limpos e conservados.

  1. Estratégias para guardar

Caixas transparentes, prateleiras baixas e cestos acessíveis facilitam o uso e a organização no dia a dia. O ideal é que a criança consiga guardar sozinha o que usa, de acordo com sua idade.

Aproveite para observar se há brinquedos quebrados ou incompletos e se há objetos guardados em locais altos demais para a criança.  Organizar também é tornar o espaço mais funcional e seguro.

  1. Menos visível, mais valorizado

Quando muitos brinquedos ficam à vista ao mesmo tempo, menos eles são valorizados. Por isso, a tática de alternar brinquedos — guardando alguns e deixando outros acessíveis — pode ser uma boa saída, ajudando a renovar o interesse e reduzindo a sensação de excesso. O chamado “rodízio de brinquedos” é amplamente recomendado por educadores da primeira infância.

  1. Prepare o “lugar do novo”

Criar um espaço reservado para os brinquedos que chegaram ajuda a criança a entender que o quarto é um sistema vivo, que se transforma. Isso também evita o impulso de espalhar tudo sem critério no primeiro dia. Quando o novo chega, ele encontra lugar, em vez de formar um novo caos.

Organização também é cuidado emocional

Mais do que estética, a organização do quarto influencia o bem-estar infantil. Ambientes previsíveis e funcionais ajudam as crianças a se sentirem mais seguras e menos sobrecarregadas por estímulos, especialmente aquelas mais sensíveis ou neurodivergentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), rotinas claras e ambientes organizados contribuem para o desenvolvimento saudável e para a autonomia infantil.

No fim das contas, preparar o quarto para o fim de ano é também preparar a criança para lidar com mudanças, escolhas e ciclos. Não precisa ser perfeito, nem rápido. Precisa ser respeitoso, possível e, sempre que der, feito junto. Porque quando o espaço muda com sentido, o crescimento acontece junto.

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