Quem nunca disse frases como “Filho, pode falar que eu estou te ouvindo”, enquanto mexia no celular. Ou, ouvindo o desabafo de uma filha, respondeu com a melhor das intenções: “Enquanto você falava, eu fiquei aqui pensando que você podia fazer isso ou aquilo, blá, blá, blá”. Ou seja, se ficou pensando em algo, não prestou atenção no que a filha dizia.
A .gente tem certeza de que consegue fazer pelo menos duas coisas ao mesmo tempo, não é mesmo? Ainda mais escutar e responder, que são atividades tão automáticas. Muitos pais creem ser moleza fazer ambas as coisas durnate as conversas com os filhos.
Pois é. Os fãs das multitarefas que me desculpem, mas escutar é uma monotarefa! Exige foco, concentração e tem um monte de estudos da neurociência provando isso. Não dá para escutar e pensar ao mesmo tempo.
Precisamos de um tempo para processar o que foi dito antes de dar uma resposta. Sem isso, quem manda nas conversas é o “piloto automático” e, com ele, caímos naquela situação de “ouvir para responder e não para compreender” o que o filho está nos dizendo.
Ao darmos essas respostas impulsivas, automáticas, sem refletir, nossa comunicação fica truncada e não tem como gerar boas conversas. Corremos alguns riscos que destaco abaixo.
Riscos de responder o filho sem pensar direito:
- Não perceber os sentimentos escondidos na fala da criança;
- Minimizar, diminuir o que o filho está sentindo: “isso não é nada”, “vai passar”;
- Fazer julgamentos, se o que foi dito é certo ou errado;
- Dar conselhos imediatos, que nem dão tempo para o filho pensar em algum jeito de resolver a questão;
- Parecer, mas não ter disponibilidade para a conversa. Não estamos ali de corpo e alma.
Dicas simples para ajudar na concentração e ter uma conversa mais bacana:
- Deixar o celular de lado;
- Interagir com pequenas palavras: “hum”, “sei”, “ahã”, “é mesmo?”, “entendi”, “nossa”;
- Enviar “mensagens não verbais” de que estamos prestando atenção: olhar nos olhos, descruzar os braços, assentir com a cabeça. Afinal, o corpo também fala.
Enfim, podemos ter uma postura de quem realmente está interessado em escutar o que o filho está dizendo.
Desejo boas conversas para vocês!
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