Por Canguru News
O Brasil tem 20 milhões de adolescentes que devem ser imunizados contra a Covid-19. Embora adoeçam menos e de forma menos grave, os jovens também podem contrair e transmitir o vírus.
Tomar a vacina é fundamental para a proteção contra a doença e redução do número de casos e mortes no país. A seguir, esclarecemos as principais dúvidas sobre a vacinação de adolescentes.
A vacina da Pfizer é a única aprovada pela Anvisa no Brasil para uso em todo e qualquer adolescente entre 12 e 17 anos. Estudos para aplicação da Coronavac nos jovens estão em curso. Na China, essa vacina já está sendo usada em crianças a partir de 3 anos. No Chile foi liberada para uso a partir dos 6 anos.
Sim. Órgãos regulatórios nacionais e internacionais como a Anvisa e o FDA (Food and Drug Administration) aprovaram a vacina da Pfizer em adolescentes, com base em rigorosos ensaios clínicos que comprovaram sua eficácia e segurança nos jovens.
Depois de o ministério ter recomendado a vacinação de 12 a 17 anos, o ministro Marcelo Queiroga ordenou a suspensão sem apontar fatos científicos concretos. Queiroga alegou, entre os motivos, os efeitos adversos da vacina.
No dia 22 de setembro, porém, o Ministério da Saúde voltou atrás e passou a recomendar novamente a vacinação de adolescentes, com e sem comorbidades. A pasta afirmou que os benefícios da vacina são maiores do que as possíveis reações adversas e que a vacinação deve continuar.
Dor no peito e miocardite – inflamação no músculo cardíaco – são alguns dos raros efeitos adversos identificados. No Brasil, 1,5 mil jovens vacinados (0,043% do total de 3,5 milhões de vacinados) tiveram alguma reação. E dentre esses, a maioria (93%) dos casos tem a ver com jovens que por algum engano tomaram outras vacinas que não a da Pfizer.
Não. Foi descartada a suspeita da adolescente de São Bernardo do Campo (SP) que tomou a vacina da Pfizer e morreu. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou que o óbito da garota foi provocado por doença autoimune e não tinha relação com a vacina da Pfizer.
Sim. A vacina é um dos principais fatores que contribuiu para a queda no número de casos (60%) e de mortes (58%) nos últimos 60 dias. Imunizar os adolescentes pode ajudar a reduzir ainda mais esses índices.
Sim. Embora a doença ocorra de forma menos grave em crianças, crescem os casos de morte por coronavírus no público jovem. Entre as causas naturais, por doenças, sem contar acidentes ou violência, a Covid-19 é a maior causa de morte entre 10 e 19 anos, superando o câncer, por exemplo.
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) ou Síndrome Pós-Covid é uma espécie de reação grave e tardia à infecção pelo coronavírus. Pode apresentar sintomas como febre, dor abdominal, inchaço nas articulações e inflamação no pulmão e nos rins. O Brasil teve 736 casos e 46 óbitos de crianças e adolescentes pela síndrome associada à Covid-19 até fev/2021.
Fontes: Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 da Associação Médica Brasileira, jornal O Estado de S. Paulo, Ministério da Saúde, Salmo Raskin/O Globo, Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).