“Meu filho de 12 anos é o menino mais doce e inocente que conheço. Ele passou a gostar de usar preto. Ama moletom com capuz. Final de semana me pediu um boné e comprei o que ele escolheu. Ele ainda não sai de casa sem mim.
Mesmo estando comigo, ainda mais agora, saio abraçada ou de mãos dadas com ele. Ele acha que é só por carinho, mas mal sabe ele o real motivo. Senti que os olhares pra ele mudaram na rua e nos lugares onde vamos…
Ainda não tive “aquela conversa” com ele, mas não posso mais adiar. Meu coração aperta só de saber que em pouco tempo meu coração irá ficar na boca quando ele sair e só vai voltar pro lugar quando ele chegar em casa…
A inocência do meu filho vai embora e eu queria que não fosse… Queria poder deixá-lo debaixo da minha asa, mas não posso… não é possível…
Meu filho vai virar alvo e você mudaria de calçada se cruzasse com ele na rua, mas não está preparada pra essa conversa…”
Esse texto não faria sentido se fosse meu. Quando meu filho começar a sair sozinho eu vou ter as preocupações naturais de mãe. Com quem ele está, onde ele está, se está se comportando. Dificilmente alguém mudaria de calçada se cruzasse com ele na rua. Ele é um menino branco.
Mas esse texto não é meu, é de uma amiga. Esse texto é da Cecília Carvalho, mãe de um pré-adolescente negro. Leia outra vez:
“Meu filho de 12 anos é o menino mais doce e inocente que conheço. Ele passou a gostar de usar preto. Ama moletom com capuz. Final de semana me pediu um boné e comprei o que ele escolheu. Ele ainda não sai de casa sem mim.
Mesmo estando comigo, ainda mais agora, saio abraçada ou de mãos dadas com ele. Ele acha que é só por carinho, mas mal sabe ele o real motivo. Senti que os olhares pra ele mudaram na rua e nos lugares onde vamos…
Ainda não tive “aquela conversa” com ele, mas não posso mais adiar. Meu coração aperta só de saber que em pouco tempo meu coração irá ficar na boca quando ele sair e só vai voltar pro lugar quando ele chegar em casa…
A inocência do meu filho vai embora e eu queria que não fosse… Queria poder deixá-lo debaixo da minha asa, mas não posso… não é possível…
Meu filho vai virar alvo e você mudaria de calçada se cruzasse com ele na rua, mas não está preparada pra essa conversa…”
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