Giovanna Ewbank, apresentadora do podcast “Quem Pode, Pod”, revelou no episódio desta terça-feira (24) que seu filho Bless, de 8 anos, foi diagnosticado com um transtorno que afeta os sentidos básicos, como audição, olfato e tato.
Durante o programa ela disse ter se sentido culpada por achar que era “frescura” e repreendê-lo em situações como quando ele se queixava do cheiro de cebola na cozinha ou de pisar na grama. Ela também disse que o barulho das moscas o incomodava.
Segundo a apresentadora – que tem outros dois filhos – Titi, 9 anos, e Zyan, 2 anos, com o marido Bruno Gagliasso – após perceber que Bless estava “muito aéreo” na pandemia, o casal decidiu procurar especialistas até chegar na confirmação do diagnóstico.
O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) é caracterizado por alterações nos aspectos sensoriais, como audição, tato, paladar, visão ou olfato, devido a uma dificuldade do cérebro em processar estímulos e informações do ambiente, podendo afetar um ou mais sentidos. Ele aparece durante o desenvolvimento infantil e tende a ser diagnosticado quando a criança já está na escola.
Essa dificuldade pode ser percebida se a criança reclama da luz, de odores, sons e da sensação da própria roupa no corpo (em casos de hipersensibilidade). Pode aparecer também namanifestação de um comportamento muito inquieto, quando a criança com frequência pula, corre ou se balança alto demais (em casos de hiposensibilidade).
O transtorno costuma ser confundido com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) – e, de fato, ele pode estar presente em pessoas com essa condição também – ou, ainda, com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hipersensibilidade (TDAH), mas segundo especialistas são condições diferentes.
O TPS atinge entre 5% e 16% da população em geral e pode ou não estar associado a alguma patologia já diagnosticada. Os dados são de uma revisão científica feita pelas faculdades de Medicina e de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Sintomas do transtorno de processamento sensorial
Principais sinais da hipersensibilidade são:
- Incômodo com sons comuns;
- Agitação e necessidade de estar sempre em movimento;
- Baixo limiar de dor;
- Parecer desajeitado;
- Cobrir os olhos ou ouvidos com frequência;
- Resistir a abraços ou toques repentinos;
- Dificuldade em controlar suas emoções;
- Dificuldade em focar a atenção;
- Problemas de comportamento
- Dificuldade de processar e expressar sensações de frio, calor, fome, cansaço, etc;
- Seletividade ou dificuldade alimentar;
- Intolerância a roupas, tecidos ou texturas;
- Irritação ou impulsividade, além de frustrar-se facilmente;
- Sensibilidade à luz.
Também há crianças com sub-responsividade a estímulos. Nesse caso, os sintomas comuns são:
- Alto limiar de dor;
- Esbarrar em paredes;
- Tocar coisas o tempo todo;
- Colocar coisas na boca que não são de comer, como pedras;
- Dar “abraços de urso”;
- Bater em outras pessoas ou coisas;
- Não ter noção do espaço pessoal.
Diagnóstico e tratamento
A condição pode estar associada com diagnósticos específicos, como a síndrome de Down e o autismo, ou se manifestar isoladamente. Para confirmar o diagnóstico são feitos testes específicos, por profissionais especializados, geralmente em crianças em idade pré-escolar ou escolar.
Como tratamento é indicado a terapia ocupacional, que por meio da abordagem de integração sensorial busca ajudar a criança a organizar as sensações. A intervenção de médio ou longo prazo, associada a outros diagnósticos, contribui para o desenvolvimento saudável da criança.
Fontes: Instituto Neurosaber e jornal O Globo
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