Vitamina D: nova diretriz recomenda suplementação em crianças

Medida visa compensar falta do nutriente que é obtido pela exposição ao sol

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Menino brinca na areia da praia
Antes indicada no primeiro ano de vida, diretriz amplia suplementação até os 18 anos
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Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos devem tomar vitamina D de forma suplementada, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A entidade publicou uma diretriz sobre o assunto em novembro do ano passado após constatar uma redução na produção de vitamina D por crianças e adolescentes devido a fatores como menor exposição à luz solar e baixa ingestão de alimentos ricos no nutriente. Até então, a suplementação dessa vitamina era indicada apenas para bebês de até 1 ano de idade. 

A medida segue uma tendência internacional, já adotada nos Estados Unidos desde 2011, e tem como base a importância da vitamina D para diversas funções do organismo. Em junho de 2024, a Sociedade Americana de Endocrinologia publicou uma revisão sistemática que destacou a necessidade de suplementação para crianças e adolescentes, especialmente aqueles com pouca exposição solar e dieta pobre em alimentos ricos na vitamina. Estudos apontam que a deficiência de vitamina D na infância é comum e pode estar associada a um maior risco de doenças respiratórias, que são frequentes nessa fase da vida.  

“A vitamina D é fundamental para o metabolismo ósseo e do cálcio, mas sua atuação vai muito além disso. Ela influencia o sistema imunológico, a produção hormonal, o funcionamento do intestino, do cérebro e dos sistemas cardiovascular, pulmonar e musculoesquelético”, explica a pediatra Juliana Alves, neonatologista especializada em Pediatria Integrativa e Funcional. 

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Tempo de exposição ao sol 

Embora a principal fonte de vitamina D seja a síntese cutânea induzida pelos raios solares UVB, a exposição adequada ao sol nem sempre é possível. “Apenas 10% da vitamina D que necessitamos vem da alimentação, enquanto 90% são produzidos pela pele ao receber luz solar. No entanto, os hábitos modernos, o uso de protetor solar e a preocupação com o câncer de pele reduzem essa absorção natural”, explica Juliana. 

Estudos apontam que, para manter bons níveis de vitamina D, é necessário um tempo mínimo de exposição solar: cerca de 30 minutos semanais para bebês apenas de fralda ou 2 horas semanais para crianças vestidas. Porém, a janela de tempo ideal para a produção de vitamina D é entre 10h e 16h, período que também representa maior risco para doenças de pele. Dessa forma, a suplementação continua sendo a opção mais segura e eficaz. 

Por outro lado, algumas condições de saúde podem contraindicar a suplementação, sendo essencial uma avaliação médica. 

Quando a suplementação de vitamina D não é indicada:  

  • Doenças renais graves 
  • Hipercalciúria severa (distúrbio metabólico que leva à excreção urinária excessiva de cálcio) 
  • Calcificação em órgãos e vasos
  • Níveis elevados de vitamina D, cálcio ou fosfato no sangue
  • Histórico de alergia à vitamina D
  • Alguma má formação óssea.  

Grupos de risco para deficiência de vitamina D incluem bebês amamentados exclusivamente ao seio sem exposição solar adequada, crianças com pele escura, baixa exposição ao sol, problemas de má-absorção, doenças renais e uso de medicamentos que interferem no metabolismo da vitamina D. 

Embora indicada, a suplementação deve ser orientada por um médico após avaliação individual da criança. “Tomar vitamina D sem orientação pode levar a riscos graves, como intoxicação por excesso, causando hipercalcemia, calcificação de órgãos e problemas renais”, enfatiza a médica. 

Grupos específicos, como adultos acima de 75 anos, pessoas com alto risco de diabetes e gestantes, também devem receber suplementação. 

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