Desde a infância, as meninas são incentivadas a brincar de bonecas e de casinha como se cuidar de casa e de filhos fosse o destino de toda mulher. “Case-se e tenha filhos”, de preferência sendo independente, tendo seu trabalho e seu dinheiro. Mas entendem que é necessário o pacote completo, ser mãe é quase uma imposição da sociedade. A mulher que não se casa, que não tem filhos é vista como incompleta, como se não tivesse seguido o caminho natural da vida. Como se essa construção social fosse o único caminho.
Nem toda mulher nasce para ser mãe, assim como nem todo homem nasce para ser pai. Ser mãe é um enorme peso social. Quando temos filhos, perdemos oportunidades de carreira, temos menos chances de conseguir um emprego, temos que abdicar de muita coisa.
A decisão de ter ou não um filho deveria ser do indivíduo, sem cobranças, porque exercer a maternidade ou a paternidade não é fácil. Nem todo mundo está preparado.
Minha cunhada, Carol, disse uma vez:
“Toda mãe precisa saber que não basta ser mãe biológica de uma criança. Depois que ela nasce, a gente vai aprendendo a amá-la até que ela tome conta do nosso coração. Nesse momento você adotou seu filho. É uma adoção psicológica. A partir daí, você fará tudo por ela. Crianças adotadas são crianças felizes porque sabem que as mães as amam. Amar não é colocar na escola, comprar Ipad e levar ao psicólogo. Amar é dedicar tempo de qualidade, paciência, finais de semana, férias.”
Mulher não foi feita para ser mãe, a gente aprende a duras penas, na prática. Nem toda mulher consegue adotar seus filhos. O instinto materno não te incorpora do dia para a noite. A gente precisa ir construindo a mãe que existe em nós. Mesmo quando, no meio do caminho a gente entende que maternidade não é essa plenitude toda. É preciso abrir seu coração. Quem ama cuida, protege, dá limite, escuta. A mãe que adota seu filho nunca vai ser perfeita, a mãe perfeita nunca teve filhos, é mãe de teoria. Mas mesmo com todos os erros e imperfeições, a mãe que adota seu filho é a melhor mãe do mundo.
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Maravilhos esses temas, uma visão fantástica. Parabéns pelo trabalho e pela forma que aborda cada tema