O maior dos preconceitos é aceitar a desigualdade

Compete a nós, pais e mães, educarmos os nossos filhos a não terem qualquer tipo de preconceito e a entenderem a riqueza e a pobreza num sentido mais amplo
Riqueza e pobreza têm um sentido amplo. Podemos nos considerar ricos se temos amigos e uma família feliz e com saúde, como as pessoas dessa imagem – um pai, uma mãe e seus dois filhos fazem brincadeiras ao tirar uma foto
Não podemos limitar a questão de riqueza e pobreza ao nível de renda de uma pessoa

O mês de junho começou com uma série de protestos em vários países em consequência do assassinato do americano George Floyd.  Ele, afro-americano, foi covardemente morto por um policial branco. As ruas das cidades americanas e de outros países foram cobertas por uma multidão protestando contra o racismo. 

É muito triste ver que até hoje pessoas discriminam semelhantes em virtude da cor de sua pele, da sua religião, da sua opção sexual e da sua condição financeira. E compete a nós, pais e mães, educarmos os nossos filhos a não terem qualquer tipo de preconceito. 

Isso também é importante quando falamos em educação financeira. Mas como assim? Qual a relação entre preconceito e educação financeira? 

Quando minha filha Maria Eduarda tinha cerca de seis anos, ela me perguntou:

– Papai, nós somos ricos ou somos pobres? 

Pergunta difícil de ser respondida, ainda mais para uma criança de seis anos. Não podemos limitar a questão de riqueza e pobreza simplesmente ao nível de renda de uma pessoa. Quando esse é o olhar, as pessoas podem ser divididas entre aquelas que têm uma renda mais alta e as que têm uma renda mais baixa. 

Leia também: É importante falar sobre dinheiro na educação dos filhos

Para mim, riqueza e pobreza têm um sentido bem mais amplo. E foi nessa direção que dei minha resposta. 

– Duda, nós somos ricos. Afinal temos a nossa família, temos nossos amigos. Damos e recebemos carinho destas pessoas. Estamos com saúde. Temos os nossos sonhos e graças a Deus, temos conseguido realizar boa parte deles. Eu e sua mãe temos um trabalho e através dele conseguimos ajudar as pessoas e garantir o nosso sustento. Isso é riqueza. 

Ao limitar nossas considerações ao aspecto material, muitos preconceitos acabam surgindo. 

Um deles é acreditar que só é rico quem tem muito dinheiro ou bens materiais. Ou que toda riqueza material é fruto de algo errado, de alguma ação proibida. Ou que ser rico é o único caminho para a felicidade. 

Não podemos simplificar essa questão para os nossos filhos. É importante mostrar para eles as questões que realmente importam. Que o maior dos preconceitos é aceitar a desigualdade! De renda e de oportunidades. E que é nosso papel trabalhar para que essa realidade seja mudada. 

Só assim todas as pessoas poderão ser ricas, independente de sua renda e bens materiais.

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Carlos Eduardo Costa

Carlos Eduardo Freitas Costa é pai de Maria Eduarda e do João Pedro. Tem formação em ciências econômicas pela UFMG, especialização em marketing e em finanças empresariais e mestrado em administração. É autor de diversos livros sobre educação financeira para adultos e crianças, entre os quais: 'No trabalho do papai' e 'No supermercado', além da coleção 'Meu Dinheirinho'. Saiba mais em @meu.dinheiro

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2 comentários para “O maior dos preconceitos é aceitar a desigualdade

  1. Davi disse:

    Infelizmente nesse mundo s pessoas não tem consciencia. E também o preconceito não é só sobre os negros e sim também com indigenas e Japoneses.

  2. Davi disse:

    Brancos e negros são iguais. Injustiças não deveriam acontecer.

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