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Redes de solidariedade que envolvem as crianças
A virada do ano foi acompanhada pelo drama dos brasileiros atingidos pelas fortes chuvas. Inicialmente, a Bahia foi o estado mais afetado. E posteriormente, Minas Gerais. Pessoas perderam a vida. Muitas famílias perderam o pouco que tinham acumulado com muito esforço ao longo de toda uma vida. Estradas foram destruídas, isolando cidades inteiras. Produtores viram suas plantações ficarem debaixo d’água.
Mas, ao mesmo tempo em que mostravam os dramas vividos pelos atingidos, os noticiários trouxeram também histórias de mobilizações para arrecadar donativos para diminuir o sofrimento dos desalojados e desabrigados. Muitas pessoas e empresas empenhadas em arrecadar alimentos, roupas, cobertores, produtos de limpeza. Pessoas viajando centenas de quilômetros somente para entregar doações.
Nesse grande movimento de solidariedade, chamou minha atenção a participação dos moradores de regiões próximas às áreas atingidas. Mesmo ainda estando em risco em caso de continuidade das chuvas, essas pessoas criaram uma rede de solidariedade. Muitos abrindo suas casas para os atingidos. Outros indo trabalhar como voluntários na organização das doações recebidas ou cozinhando para alimentar os desabrigados.
As redes sociais têm ajudado nas mobilizações. O compartilhamento das mensagens aumenta o seu alcance. No final de semana, me impressionei com o resultado do apelo feito por um perfil conhecido por suas mensagens engraçadas de “sextou”. Em dois dias, além de arrecadar toneladas de doações, ele recebeu doações através de transferências bancárias que superaram dois milhões de reais.
Aqui em casa, os meninos nos cobraram por não termos ainda ajudado. Combinamos de nessa semana comprar itens mais solicitados e entregar nos postos de coleta.
Acredito que a solidariedade é um dos caminhos para minimizar o momento difícil que estamos passando. A pandemia acabou agravando ainda mais os efeitos do fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos. Basta um passeio pela área central de qualquer cidade brasileira para observar o número de pessoas desabrigadas não pelas chuvas, mas pela crise econômica.
Essa realidade nos fez mudar um hábito que temos. No final do ano, costumamos comprar algumas cestas básicas para participar da arrecadação conduzida pela igreja que frequentamos. Nessa virada de ano, fizemos diferente. Compramos um número maior de cestas e deixamos no porta-malas do nosso carro. E na semana entre o Natal e o Ano-novo, fizemos a distribuição para pessoas que fomos encontrando ao longo dos nossos deslocamentos. E o mais importante. Sempre contando com ajuda dos nossos filhos. A Duda e o João Pedro nos ajudaram desde a compra das cestas básicas no supermercado.
E você, já participa dessa corrente de solidariedade?
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Carlos Eduardo Costa
Carlos Eduardo Freitas Costa é pai de Maria Eduarda e do João Pedro. Tem formação em ciências econômicas pela UFMG, especialização em marketing e em finanças empresariais e mestrado em administração. É autor de diversos livros sobre educação financeira para adultos e crianças, entre os quais: 'No trabalho do papai' e 'No supermercado', além da coleção 'Meu Dinheirinho'. Saiba mais em @meu.dinheiro
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