Escolas privadas de educação infantil poderão ser reabertas no próximo dia 15 de junho, no Estado de São Paulo. Já nas instituições de ensino fundamental e de ensino médio a ideia é que retomem as atividades em agosto. As datas fazem parte do documento elaborado pelo Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino de São Paulo (Sieeesp) e entregue nesta sexta-feira (dia 29) à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e dependem de aprovação do governo para serem implementadas.
“Nós não estamos exigindo datas e sim fazendo uma sugestão, pois as Escolas de Educação Infantil estão morrendo. Mandamos um plano de volta às aulas para a secretaria de educação, avalizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Associação Paulista de Medicina (APM) e vamos aguardar uma resposta porque tem muita escola que se não abrir, quebra”, disse Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do sindicato paulista, que representa 10 mil escolas particulares e 2,4 milhões de alunos em todo o estado.
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Ele explicou que a reabertura da educação infantil será priorizada, devido aos pais que trabalham fora e que possivelmente retomarão suas atividades profissionais em breve, não podendo mais ficar cuidando dos filhos. Além disso, Benjamin ressalta a dificuldade de realização de aulas online para as crianças menores “Os maiores, principalmente do 6o ano em diante, se dão super bem com as aulas a distância, o que não ocorre com as crianças pequenas”, afirmou o presidente.
Ele disse ainda que a proposta de reabertura das escolas segue todos os métodos preventivos aconselhados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela secretaria estadual de saúde de São Paulo, o que inclui uso de máscaras, distanciamento entre as crianças e o revezamento de alunos na escola. “Prevemos inclusive a diminuição de alunos em sala de aula pelo escalonamento”, declarou Benjamin.
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Sindicato de escolas infantis (Semeei) diz apoiar escolas que quiserem reabrir no dia 1º de junho; Sieeesp considera medida imprudente
O Semeei (Sindicato dos Estabelecimentos Mantenedores de Escolas de Educação Infantil de São Paulo) divulgou uma nota para seus associados – escolas privadas de educação infantil na capital paulista –em que afirma apoiar as unidades que queiram atender seus alunos a partir de segunda-feira, 1º de Junho , “sem nenhuma conotação de obrigatoriedade, de acordo com a conveniência individual de cada unidade”. Segundo o comunicado, não se trata de transgressão da lei, “pois nossa recomendação de apoio não é no sentido de retomada plena das atividades, mas sim no intuito de oferecer a guarda com recreação, apenas de alunos filhos de profissionais de serviços essenciais e dos que voltarão a trabalhar na mesma data acima citada, pela flexibilização da ordem de Isolamento Social”.
Assinada pelo presidente da entidade, Eliomar Rodrigues Pereira, a nota diz que a reabertura se baseia na portaria interministerial publicada no Diário Oficial da União da última quinta-feira, que ressalta ter de ser assegurado o pleno direito à dignidade, direitos humanos e liberdades fundamentais, mesmo em medidas adotadas na pandemia. “Entendemos que temos que cumprir com nossa obrigação social, não deixando no desamparo, no descaso, os pais que contam com nossa responsabilidade de atuação e compromisso, garantindo apoio às famílias que dependem desse atendimento”.
Diante dessa orientação, o Sieesp publicou um posicionamento em seu site em que se diz contrário a essa proposta de reabertura das escolas, por não haver ainda “autorização oficial das autoridades estaduais de Saúde e Educação, nem por parte do governador do Estado, para a retorno às escolas de forma imediata em nenhum nível de educação – nem na Educação Básica nem no Ensino Superior”.
“O Sieeesp orienta as escolas de Educação Básica, principalmente as de Educação Infantil, de todo o Estado de São Paulo, a não proceder de forma irresponsável e abrir as portas em 1º junho”, afirma o presidente. Ele diz que o Estado é soberano em um período de exceção como o que estamos vivendo e a reabertura das escolas seria uma transgressão às leis, decretos e normas vigentes em função da pandemia. Disse ainda que isso poderá gerar a incriminação das escolas, seus mantenedores, gestores e mesmo os pais, por deixar os filhos expostos à possibilidade de contrair uma doença, sem os procedimentos de segurança e saúde necessários à sua proteção e de toda a comunidade escolar.
Mães dizem ter receio de levar filhos à escola caso reabertura se confirme
Nas redes sociais da Canguru News, mães comentaram se sentir inseguras para levar os filhos às instituições caso a proposta de reabertura das escolas seja confirmada. “Minha filha não voltará esse ano para a escola nem pensar”, disse uma mãe. “Crianças de educação infantil se tocando pelo cotovelos? Que tristeza!”, disse outra. “Acho que na prática é impossível retornar” , afirmou uma mãe. Por fim, outra refletiu: “Imagina uma criança de 3 anos, que não fica com máscara? É impossível evitar o contato com o amiguinho e o brinquedo no chão que leva à boca, entre outras situações”. Em grupos de mães do Facebook, pais também relatam sentirem-se divididos: se as crianças voltarem vão querer abraçar e tocar nos amigos. Mas ficar em casa já há tanto tempo tem seus prejuízos, escreveu uma mãe.
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