Por Juliana Sodré

Os professores da rede municipal de ensino infantil decidiram nesta terça-feira (29) manter a greve pelo menos até segunda-feira, dia 4 de junho, quando haverá nova assembleia, marcada para as 14h. O ato aconteceu na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, e chegou a tomar parte da Av. Afonso Pena, no centro de Belo Horizonte.
Nesta segunda-feira (28), o prefeito Alexandre Kalil (PHS) deu um ultimato para os professores, dizendo que ou eles voltavam a trabalhar a partir do dia 4 ou as negociações voltariam à estaca zero. “Determinei agora que segunda-feira a prefeitura volta ao normal (fim do ponto facultativo estabelecido em função da greve dos caminhoneiros). Se as professoras não voltarem à sala de aula, para depois em 24 horas sentarem com o prefeito, a proposta de 20% de aumento vai ser retirada”, disse Kalil em entrevista coletiva.
O sindicato ignorou o ultimato, que considerou “lamentável”: “Famílias, crianças e profissionais estão sendo prejudicados. É lamentável que o responsável pela cidade encerre o diálogo”, disse o diretor Wanderson Rocha do Sind-Rede BH. A principal reivindicação da categoria é equiparação salarial com os professores de nível fundamental, o que representaria uma aumento de aproximadamente R$ 700 por professor. Já a prefeitura diz que essa demanda seria incompatível com a capacidade financeira dos cofres municipais.
O movimento, que chegou a ter apoio dos pais na portas das escolas, começa a perder força. Preocupados com as crianças sem aula e com os transtornos que as crianças em casa acarretam, mães estão se reunindo em um abaixo-assinado na internet que está circulando pelas redes sociais. (Tenha acesso ao link aqui).
É o caso da manicure Edilene Soares, que possui dois filhos na Umei: “A gente entende a necessidade de reivindicaçãao, mas a greve já passou de um mês, estou tendo que pagar alguém para ficar com meus filhos para eu trabalhar”.
Mas também há pais e mães de alunos de Umeis apoiando a manifestação grevista. Uma carta enviada ao prefeito Alexandre Kalil e a vereadores da capital e assinada por 156 pais e mães, com data de 23 de maio, afirma que “mesmo com tantos problemas decorrentes da suspensão das aulas, somos solidários às professoras e seu movimento. Entendemos que a histórica desvalorização da Educação Infantil deve ser enfrentada com políticas públicas de coragem e que promovam justiça social e valorização dos educadores.”
Texto atualizado em 4 de junho de 2018