Na primeira sexta-feira de novembro, o Brasil ficou chocado com o acidente aéreo que causou a morte da cantora Marilia Mendonça. Apesar de ainda muito jovem, ela já tinha se transformado em uma das artistas mais populares do nosso país. Seus shows arrastavam multidões. E era o que também iria ocorrer na cidade mineira de Caratinga. Nas próximas semanas, Marília Mendonça partiria em turnê pela Europa. Também já estavam programados shows do projeto Patroas onde ela se reunia com as irmãs Maiara e Maraísa. Mas infelizmente a queda do avião acabou por interromper essa carreira meteórica. Além de todo o sucesso, Marília Mendonça estava vivendo momento único em sua vida. Tinha sido mãe há menos de dois anos e o filho era seu maior tesouro, como ela disse em uma de suas últimas postagens nas redes sociais.
No dia seguinte, assisti ao documentário sobre o piloto alemão Michael Schumacher. O maior piloto de toda a história da fórmula 1, tendo sido sete vezes campeão do mundo. Acabou se retirando das pistas ao final de 2012. O objetivo segundo ele era ter mais tempo para sua esposa e para os dois filhos. O documentário mostra uma profunda ligação de Michael com sua esposa Corinna e com os dois filhos, Mick e Gina-Maria. Após a aposentadoria, os quatro puderam aproveitar bastante os momentos em família. Várias viagens juntos para mergulhar, saltar de paraquedas e esquiar. Até que um acidente em 29 de dezembro de 2013 transformou a vida da família. Michael, após uma queda esquiando, bateu com a cabeça em uma pedra e entrou em coma profundo. A partir daí, a família buscou de todas as formas a recuperação do piloto alemão. Mas jamais trouxeram a público as suas reais condições de saúde. Como a estrutura criada demandava muitos gastos, Corinna precisou se desfazer de boa parte do
patrimônio do casal.
As histórias da Marília Mendonça e do Michael Schumacher nos fazem refletir sobre a fragilidade da vida. Em um momento, estamos cheios de planos e, no seguinte, tudo pode ter acabado. Será que levamos em consideração essa fragilidade nas nossas decisões? Acredito que poucas pessoas pensam nisso. Somente aquelas que já viveram na pele essa fragilidade passam a considerá-la. É muito comum ouvir de alguém que esteve próximo da morte dizer que a partir disso fez uma revisão das suas prioridades na vida.
Essa reflexão é ainda mais importante para quem tem pessoas que dependem financeiramente dele. Essa sempre foi uma preocupação aqui em casa. A Maria Eduarda e o João Pedro dependem de mim e da Gabriela. O que aconteceria com eles se um de nós faltasse? Para garantir uma das questões mais importantes, a educação, fizemos um seguro de vida. Em caso de falecimento de um de nós, o outro terá garantido um valor para cuidar da educação dos dois. A parte material é importante sim.
Mas também é muito importante buscarmos a cada dia nossas prioridades. E não deixá-las sempre para o futuro. Não deixar para dizer algo para alguém amanhã se você pode dizer hoje. Não deixar para fazer algo no ano que vem se você pode fazer hoje. A pandemia foi uma oportunidade para que eu repensasse as minhas prioridades. Em 2019, passei quase metade dos finais de semana longe de minha família. Para ser preciso, em 24 dos finais de semana do ano, estava dando aulas fora de Belo Horizonte. Sempre retornava tarde da noite de sábado ou na manhã de domingo. E pouco tempo restava para estar com a Gabriela e os meninos. Na pandemia os deslocamentos cessaram. As aulas diminuíram e aquelas já acertadas foram remotas. Consegui criar com eles muitos momentos especiais! E já decidi. Trabalho longe nos finais de semana só em último caso.
E você? Pensa também nessa fragilidade da vida?
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