Por Metro Jornal – A inflação que já beira os 10% acumulados em 12 meses não vai poupar nem os pequenos. A projeção é que o preço dos presentes mais desejados para o Dia das Crianças, na próxima terça-feira, tenha a maior elevação em cinco anos. Estudo divulgado ontem pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) revela que, em média, os produtos estão 7% mais caros que no ano passado.
Há casos como a bicicleta, por exemplo, que alcança 16% de alta. Se a ideia é abastecer a barriga da criançada com guloseimas, mais drama: doces estão 12,3% mais caros e lanches, 10,9%.
Mas existem opções como livros. De acordo com o levantamento, eles ficaram estáveis após dois anos de altas de 6% e 7%. Roupas e calçados, setores que ainda se recuperam do impacto da redução de consumo na pandemia, também apresentam variação menor, abaixo dos 5%.
O economista da entidade responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, acredita que a alta dos preços pode impactar no desempenho das vendas. “É muito difícil para o comerciante evitar repasses dos valores de bens e serviços ao consumidor final diante da inflação anualizada acima de 10%, segundo o IPCA-15 [prévia da inflação oficial].”
Apesar do cenário ruim para o bolso do consumidor, devido à alta nos preços dos presentes, a previsão da CNC é de aumento nas vendas no dia das Crianças. A data deve movimentar R$ 7,43 bilhões, maior valor para a data desde 2015. No ano passado, quando o setor enfrentava restrições por conta da pandemia de covid-19, as vendas alcançaram R$ 6,52 bilhões.
O presidente da entidade, José Roberto Tadros, vê o recuo dos casos da doença como impulsionador para o comércio. “Nos momentos mais agudos da crise sanitária, o fluxo diário de consumidores chegou a cair 69% em relação ao nível considerado normal. Hoje, o varejo chega a uma data comemorativa tão importante do seu calendário, com a circulação de consumidores próxima à registrada antes da decretação da pandemia”, concluiu.
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