Da Redação
Hoje é o 51º dia de greve dos professores da educação municipal infantil de Belo Horizonte e, enquanto as negociações entre Executivo e sindicato foram suspensas desde o dia 5 de junho, coube ao poder legislativo da capital intervir.
Na manhã desta terça-feira (12), o prefeito Alexandre Kalil se reuniu com vereadores da base, que solicitaram que os salários dos professores que já retomaram às aulas – cerca de 80% do total, segundo a prefeitura – não fossem cortados, como tinha sido anunciado anteriormente.
O prefeito atendeu ao pedido, com condicionantes, conforme nota oficial divulgada à imprensa às 12h23, para os professores que já retornaram às aulas e para os que voltarem até a próxima sexta-feira (15).
Em assembleia na tarde desta terça, os professores decidiram suspender a greve por um dia para reunião de negociação, às 14h, na prefeitura, com o prefeito Alexandre Kalil, com a presença de uma promotora de Justiça. A próxima Assembleia Específica da Educação Infantil será na quinta-feira, às 14h, na porta da Prefeitura.
Os professores reivindicam equiparação total com a carreira de educadores do ensino fundamental, o que levaria a um aumento de cerca de R$ 700 no salário de cada educador. A administração municipal afirma que esse aumento não cabe no orçamento.
Leia a nota oficial da prefeitura na íntegra:
“Em reunião hoje, às 10h, a base de governo solicitou ao prefeito que reconsiderasse o corte de vencimentos de abril e maio para os professores que retornaram à sala de aula e que querem aprovar o calendário de reposição para evitar maiores transtornos para o ano escolar de 2018. Assim, a Prefeitura de Belo Horizonte informa:
– Será efetuado o pagamento do saldo referente aos dias ausentes de abril (entre 5 e 8 dias) e de maio, por meio de folha complementar até o final da segunda quinzena de julho;
– A restituição salarial referente a esse período no qual o servidor esteve em greve está condicionada à apresentação à SMED até dia 20/06 do calendário de reposição aprovado pelo colegiado;
– A lista de presença de todos os professores que retornaram às atividades e que receberão a restituição deverá ser encaminhada à Subsecretaria de Gestão de Pessoas pela SMED e considerará quem retornou à sala de aula até dia 15 de junho.”
Os vereadores que participaram da reunião foram os seguintes:
- Álvaro Damião
- Autair Gomes
- Bim da Ambulância
- Bispo Fernando
- Carlos Henrique
- Catatau
- Cláudio Duarte da Drogaria
- Dimas da Ambulância
- Dr. Nilton
- Edmar Branco
- Eduardo da Ambulância
- Elvis Cortês
- Flávio dos Santos
- Henrique Braga
- Irlan Melo
- Jair di Gregório
- Jorge dos Santos
- Juliano Lopes
- Leo Burguês
- Marilda Portela
- Neli do Valdivino
- Orlei
- Osvaldo Lopes
- Pedro Bueno
- Pedro do Depósito
- Preto
- Preto do Sacolão
- Rafael Martins
- Wesley Auto Escola
Apoio aos grevistas
Nos últimos dias, pelo menos quatro vereadores – Arnaldo Godoy (PT), Gabriel Azevedo (PHS, mesmo partido de Kalil), Áurea Carolina (PSOL) e Cida Falabella (PSOL) – manifestaram apoio aos professores que permanecem em greve.
A equipe do vereador Azevedo escreveu aos manifestantes: “Estamos apoiando e acompanhando a causa dos Profissionais da Educação quanto a sua reivindicação, inclusive fomos um dos autores do pedido de Audiência Púbica realizada na Câmara Municipal de Belo Horizonte na última segunda Feira, 21. Conte conosco.”
As vereadoras do PSOL escreveram por e-mail: “Informamos que estamos apoiando integralmente a luta das professoras da educação infantil em Belo Horizonte. Assessoras da Gabinetona estiveram presentes em todos os atos de rua em organizados pela categoria e também em reuniões com a PBH e com a SMED, na tentativa de mediação.”
Já o vereador Arnaldo Godoy disse: “Como é sabido, a bancada do PT, Arnaldo Godoy e Pedro Patrus, está desde o início do movimento das educadoras na busca de abertura de negociação com o executivo municipal.”