Por Fabrízio Romano
Com a chegada do outono, aumenta muito a incidência de doenças respiratórias nas crianças. Isso acontece por diversos motivos: queda da temperatura, diminuição da umidade do ar, maior concentração de poluentes atmosféricos e até o uso daquelas roupas guardadas no armário há muito tempo e cheias de ácaros e mofo. Além disso, existe uma maior tendência a se passar mais tempo em ambientes fechados, com pouca
ventilação.
As doenças respiratórias dividem-se em dois grupos: doenças alérgicas e infecciosas.
As crianças com predisposição às alergias respiratórias pioram bastante nesse período. Os sintomas de rinite alérgica, que são nariz entupido, coriza, espirros e coceira no nariz, nos olhos e na garganta, tornam-se mais intensos e frequentes.
Para evitar as alergias, o ideal é frequentar ambientes arejados e sem acúmulo de poeira. Outras medidas úteis são retirar previamente as roupas de frio do armário e lavá-las antes de usar e utilizar com frequência soro fisiológico para lavagem nasal, que retira as substâncias alérgicas e irritantes do nariz.
Além disso, hoje é bastante efetivo o tratamento da rinite alérgica, normalmente com uso de sprays nasais anti-inflamatórios. Como a rinite afeta a qualidade de vida, o sono e o desempenho escolar das crianças, é recomendável uma avaliação médica para definir o tratamento mais adequado.
Agora vamos falar sobre as doenças infecciosas. A maioria delas é causada por vírus e dura em torno de cinco ou sete dias. Porém, em alguns casos, essas infecções virais podem evoluir para uma infecção bacteriana – otites (infecções do ouvido), sinusites e pneumonias. Esses casos são mais graves, com sintomas mais exuberantes e maior risco de complicações sérias.
Algumas medidas simples ajudam a evitar a infecção: alimentar-se e dormir bem; lavar sempre as mãos para evitar o contágio; e dar preferência a ambientes arejados, evitando aglomerações. Além disso, o ideal é tomar a vacina para gripe anualmente, para prevenir os casos mais graves.
Para evitar a evolução para doenças bacterianas, o ideal é ingerir bastante líquido, fazer repouso e lavagem nasal com soro fisiológico várias vezes ao dia, para auxiliar na remoção de secreções. É importante ter cautela com medicamentos antigripais, que, além de terem efeitos colaterais, podem espessar as secreções, tornando mais difícil a sua eliminação. Procure um médico se os sintomas persistirem por mais de três dias ou se houver sinais de maior gravidade, como dor intensa, febre alta, falta de ar ou sonolência.
Finalmente, temos que ter em mente que a maioria das infecções respiratórias é viral e que poucas vezes elas evoluem para um caso bacteriano, que exige antibióticos. Lembrando que o uso indiscriminado de antibióticos leva ao aumento dos índices de resistência bacteriana e das chances de haver efeitos colaterais.