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Onde estão os homens educadores parentais?
Na semana passada, estive presente no 3° Congresso Internacional de Educação Parental, promovido pela @cangurunews e @parentcoachingbrasil.
O congresso reuniu grandes nomes que atuam no mercado parental, foi realmente um evento muito potente, tão potente que me fez refletir bastante sobre vários pontos – um, em especial, eu gostaria de compartilhar aqui com vocês.
Onde estão os homens educadores parentais?
Nos três dias de evento pude contar nos dedos o número de homens que frequentaram o evento. Fazendo uma conta rápida, na quinta-feira e na sexta-feira eu tirei uma média e obtive o seguinte resultado:
- A frequência presencial dos homens foi de 5% de homens para 95% de mulheres. No sábado esse número aumentou para 7%.
Sobre a perspectiva desses dados, algumas respostas ficam girando na minha cabeça.
Respostas positivas:
- Os homens ficaram em casa cuidando das crianças.
- Os homens imaginam que o congresso é um lugar de fala e pertencimento das mulheres e não querem invadir esse espaço.
Respostas realistas:
- A maioria dos homens delega a função de criação e educação das crianças para a mulher.
- A não responsabilidade em questões educacionais, emocionais e até mesmo sociais se tornam confortáveis para os homens.
Dentro dos meus pensamentos nas respostas realistas, uma ficou bem evidente.
A maioria avassaladora dos homens não tem a mínima noção do que é Educação Parental.
Então se essa informação e conhecimento nem passa perto do universo masculino, como é possível algum homem ter interesse?
Na minha opinião a educação é o melhor caminho para quebrarmos o ciclo do machismo estrutural, porém até chegarmos no modelo igualitário que favorecem todos os gêneros, devemos primeiro trabalhar para que o lado mais privilegiado (neste caso o homem hetero cis) tenha interesse em alguma mudança.
Acredito muito na profissão de educador parental como instrumento de transformação seguro do masculino. É por isso que mesmo (em muitos momentos) me sentindo um peixe fora d’água, nunca pensei em desistir.
Espero do fundo do meu coração que no próximo congresso parental o número de educadores parentais homens aumente, precisamos muito disso.
*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.
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Mauricio Maruo
É pai da Jasmim e do Kaleo, e companheiro da Thais. Formado como artista plástico, atua como educador parental desde 2016. É fundador do "Paternidade Criativa", uma empresa de impacto social que cria ferramentas de transformação masculina através do gatilho da paternidade. Criador do primeiro jogo de Comunicação Não Violenta direcionado para pais e crianças do Brasil.
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