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O que a ciência descobriu sobre o refrigerante e humor e ninguém te contou
Outro dia, conversando com uma amiga, ela me contou que tinha decidido “dar um tempo do refrigerante”. Disse que não era pela balança, mas porque andava percebendo que se sentia mais irritada e cansada nos dias em que bebia. Eu ri, achei bobagem… até topar com um estudo que me fez pensar duas vezes antes de abrir uma latinha.
Uma pesquisa recente, publicada na revista científica JAMA Psychiatry, analisou mais de 900 adultos na Alemanha e encontrou uma possível ligação entre o consumo de refrigerantes e o risco de depressão, com um impacto ainda maior em mulheres. E, para minha surpresa, o caminho dessa relação passa pelo nosso microbioma intestinal. Sim, o intestino, esse “segundo cérebro” que insiste em mandar recados para o nosso humor.
Refrigerantes podem aumentar o risco de depressão?
Os pesquisadores compararam dois grupos: 405 pessoas com diagnóstico de depressão e 527 sem o transtorno. Eles cruzaram dados de saúde mental com informações sobre o consumo de bebidas açucaradas. O resultado? Quem bebe mais refrigerante tinha níveis mais altos de uma bactéria chamada Eggerthella, que já vem sendo estudada como uma possível peça-chave no aumento do risco de depressão. Entre mulheres, essa diferença era ainda mais marcante.
E isso não tem a ver só com o açúcar ou com as calorias vazias. O estudo sugere que o refrigerante pode mexer com o equilíbrio das bactérias que ajudam o humor regular, a forma como lidamos com o estresse e até o funcionamento do cérebro. Ou seja: o que parece “só uma bebida” pode estar fazendo mais barulho dentro da gente do que imaginamos.
Claro: o estudo não prova que refrigerante causa depressão. É uma associação, não uma sentença. Mas ele abre uma janela importante sobre como pequenas escolhas do dia a dia podem influenciar nosso bem-estar emocional, especialmente para nós, mulheres, que já lidamos com uma carga mental gigante.
Consciência na hora de abrir a latinha
E, mesmo que a pesquisa tenha sido feita com adultos, especialistas lembram que construir um intestino mais equilibrado começa lá atrás, na infância. Oferecer alimentos variados, evitar excesso de açúcar e priorizar refeições mais naturais ajuda a formar um microbioma mais saudável, algo que, no futuro, pode refletir em crianças mais reguladas, com mais bem-estar e menos risco de problemas emocionais.
Eu não estou dizendo para você nunca mais abrir uma latinha. Mas talvez valha aquele olhar mais atento: como você se sente depois? Como seu filho reage quando exagera no açúcar? A gente não precisa fazer grandes revoluções para cuidar da saúde, às vezes, começa só observando o que colocamos no copo.
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