Como você fica quando dorme mal? Eu fico péssima!… Sinto o dia se arrastar, literalmente…
Como fica quando está com fome? Eu fico irritada!…Meu humor se transforma com uma velocidade quase assustadora! E quando está com pressa? Essa eu não vou nem responder…
Vamos pensar, agora, como será que é ser filho de pais que dormiram mal, estão com fome ou estressados? Como dever ser pedir coisas o dia todo para alguém cansado e indisposto? Ou não atender aos pedidos feitos por alguém irritado e sem paciência? Boa coisa não costuma sair disso.
Precisamos aprender a reconhecer esses nossos momentos de desequilíbrio – e agir sobre eles quando for possível – pois eles podem evitar uma série de complicações no nosso dia-a-dia com os filhos.
Quando atendemos as nossas necessidades mais básicas, nos acalmamos e abrimos espaço para que outras necessidades surjam: afeto, proteção e por aí vai.
Quando atendemos as nossas necessidades mais básicas, abrimos um espaço para estar com o outro, para estar disponível, para conversar, para escutar de verdade.
Porque escutar de verdade é uma via de mão dupla: eu ouço o que meu filho me fala e, ao mesmo tempo, eu ouço o que está dentro de mim quando ele me fala aquilo. O desafio é separar o que é meu do que é dele, pois podem existir significados diferentes para a mesma situação. A pandemia, por exemplo, pode ter um significado para mim e outro para ele. Posso encará-la com uma visão pragmática (“é o que temos para hoje”) enquanto ele pode estar vivendo um momento de extrema angústia diante do isolamento. E se isso é já verdadeiro quando estamos em “condições normais de temperatura e pressão”, imagine quando estamos com fome, cansados ou irritados…
Para saber o que está dentro de mim, tenho que me autoconhecer, me autoperceber, começando por entender as minhas necessidades básicas.
Saber escutar a si mesmo é o primeiro passo para conseguir escutar o outro.
Desejo boas escutas para você, internas e externas!
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