A falta de convívio em um espaço importante de construção de conhecimentos e de socialização – a escola – foi motivo de grande estresse neste inusitado ano de 2020. Todos foram impactados: professores, funcionários, pais e alunos. Embora o modelo híbrido de ensino (com suporte da tecnologia para as práticas presenciais) já fosse bastante conhecido das escolas, o modelo remoto de educação para crianças e adolescentes nunca tinha sido vivido com tanta intensidade como nestes tempos de distanciamento social.
Não é possível dizer que o ensino remoto é necessariamente pior (ou melhor) que o presencial. “Pode-se dizer apenas que é diferente”, diz Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, que tem duas unidades em São Paulo (Higienópolis e Granja Vianna). Esther conta que o Rio Branco soltou suas “amarras” e procurou mergulhar no ambiente remoto para explorar dele as potencialidades, encontrando condições para que os alunos aprendessem com qualidade.
Segundo a diretora, os impactos do modelo remoto de ensino ao longo de 2020 deixaram importantes lições para o próximo ano letivo, sobre o qual ainda pairam tantas incertezas. Algo que o Colégio Rio Branco aprendeu nesse processo, por exemplo, é que algumas atividades tiveram melhor aproveitamento no modelo a distância do que anteriormente no presencial. Ao replanejar o calendário letivo, muitos profissionais do Rio Branco se depararam com o seguinte pensamento: “esta atividade pode ser melhor aproveitada se for no modelo remoto”, algo que não ocorreria antes da pandemia.
“A escola não será a mesma após esse processo acentuado de uso tecnologias digitais, da interatividade, da conectividade e de outras metodologias”, analisa a diretora do Rio Branco. A inventividade, a criatividade, a resolução de problemas, a ampliação de repertório, a cultura digital, a resiliência, a colaboração, a empatia, entre outras competências vividas e desenvolvidas de novas maneiras farão parte do próximo ano letivo que terá dois ambientes diversos e complementares (presencial e remoto).
Confira depoimento de pais de alunos do Colégio Rio Branco
“Esse cenário foi atípico para a escola, não apenas para o Rio Branco, mas para todas as instituições de educação básica do mundo inteiro que estão fundamentadas na relação presencial entre professores e alunos”, analisa Esther. “E a transposição não se deu de forma automática porque não se trata de reproduzir as relações presenciais no modelo virtual.”
No Colégio Rio Branco, a aposta foi na interatividade. Por isso, a escolha metodológica não foi pelo uso exclusivo de vídeo-aulas. Momentos de interação entre professores e alunos, além de serem ricos em aprendizagem, garantiram a manutenção dos vínculos e permitiram à escola ter um olhar mais cuidadoso com cada aluno e com o grupo.