O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (5) a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano de Operacionalização de Vacinação contra a covid-19. As primeiras doses de vacinas estão previstas para chegar ao país no dia 13 de janeiro, devendo outra leva ser entregue no dia 20 e uma terceira remessa no dia 27 de janeiro, num total de 3, 74 milhões de doses do imunizante da Pfizer – o único aprovado até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa etária. À medida que forem chegando, as doses devem ser distribuídas aos estados.
Segundo a pasta, a imunização não será obrigatória e a criança deverá ser vacinada em companhia dos pais ou responsáveis, caso contrário, deverá levar uma autorização por escrito deles. Tampouco será exigida a prescrição médica, conforme havia sugerido o ministério, que chegou a fazer uma consulta pública sobre o assunto.
“A vacina da Pfizer pediátrica foi aprovada recentemente, no entanto, segundo dados do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, temos mais de 8 milhões de doses aplicadas (na faixa etária de 5 a 11 anos de idade) e até o momento não foi dado nenhum alerta de segurança maior”, declarou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele ressaltou, porém, ser necessário “que todos conheçam os benefícios (da vacina), como a redução de casos graves, bem comos os efeitos adversos — que nós não conhecemos ainda e só sabaremos no estudo de fase 4”.
No total, o Brasil receberá, no primeiro trimestre de 2022, 20 milhões de doses pediátricas destinadas a este público-alvo, que é de cerca de 20,5 milhões de crianças.
O esquema vacinal será com duas doses, com intervalo de dois meses (oito semanas) entre as aplicações. O tempo é superior ao previsto na bula da vacina da Pfizer. Na indicação da marca, as duas doses do imunizante poderiam ser aplicadas com três semanas de diferença, o que visa reduzir as chances de efeitos adversos, segundo Rosana Leite de Melo, secretária de enfrentamento à Covid-19. “Trabalhos demonstram que se ampliarmos esses espaço de tempo, se dá uma maior proteção para ter efeito adverso”, afirmou a secretária durante coletiva de imprensa online para anúncio da imunização infantil no país.
O ministério também recomendou que haja uma ordem de prioridade, privilegiando pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes; indígenas e quilombolas; crianças que vivem com pessoas com riscos de evoluir para quadros graves da covid-19; e em seguida crianças sem comorbidades, começando pelas mais velhas, com 11 e 10 anos, seguidas pelas de 9 e 8 anos, 7 e 6, e por fim 5 anos. A definição dessas orientações, no entanto, caberá aos municípios.
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