Com informações da ONU News – Um estudo publicado nesta quarta-feira (25) pelo Fundo das Nações Unidas (Unicef) mostrou que no ano passado uma criança ou adolescente com menos de 20 anos foi infectado com HIV a cada 100 segundos. Isso dá um total de 320 mil crianças e adolescentes infectados com o vírus em 2019. Na faixa etária de 0 a 9 anos, são cerca de 150 mil crianças afetadas pelo vírus em todo o mundo. Em torno de 110 mil crianças morreram de Aids.
A entidade destacou que a pandemia do novo coronavírus contribuiu para agravar as desigualdades no acesso a serviços de tratamento e prevenção de HIV para crianças, adolescentes e grávidas em diversos países. Segundo a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, as crianças estão se infectando em taxas alarmantes e ainda morrem de AIDS, visto que não existe vacina contra a doença. “Isso já acontecia antes de a Covid-19 interromper serviços vitais de tratamento e prevenção do HIV, colocando incontáveis vidas em risco”, afirmou a diretora.
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Prevenção
Segundo o Unicef, 2019, quase metade das crianças em todo o mundo não receberam ações de prevenção e tratamento, como os medicamentos antirretrovirais, que combatem o vírus. Em comunicado, Fore, disse que “as crianças ainda estão se infectando em taxas alarmantes e morrendo de Aids.” Segundo ela, esses números são antes “da Covid-19 interromper os serviços vitais de tratamento e prevenção do HIV, colocando inúmeras vidas em risco.”
Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, citados no relatório, mostram o impacto das medidas de controle, interrupções na cadeia de suprimentos, falta de equipamentos de proteção individual e a realocação de profissionais de saúde.
Desafios
Em abril e maio, coincidindo com o pico dos bloqueios para controlar a Covid-19, o tratamento pediátrico do HIV e o teste de carga viral em crianças caíram entre 50 e 70% em alguns países. Já o início de novo tratamento teve uma queda entre 25% e 50%.
Os partos nas unidades de saúde e pré-natal também caíram entre 20% a 60%. O teste de HIV materno e o início da terapia antirretroviral foram reduzidos de 25% a 50% e os serviços de testagem em bebês, 10%.
Nos últimos meses, a flexibilização das medidas de controle e o direcionamento estratégico de crianças e mães grávidas levaram a uma recuperação dos serviços. Apesar disso, os desafios permanecem, e o mundo ainda está longe de atingir as metas globais de HIV pediátrico para 2020.
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Regiões
Apesar de algum progresso na luta global contra o HIV/Aids, existem profundas disparidades regionais que persistem entre todas as populações, especialmente para as crianças.
Porcentagem de crianças com HIV que recebem tratamento antirretroviral:
81% na região do Oriente Médio e Norte da África
76% no Sul da Ásia
58% na África Oriental e Meridional
50% na Ásia Oriental e Pacífico
46% na América Latina e Caribe
32% na África Ocidental e Central
Acesse o relatório do Unicef “Reimaginando uma resposta resiliente ao HIV para as crianças, adolescentes e mulheres grávidas vivendo com HIV”
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