‘Foi uma brincadeira planejada, fiz a faixa em dezembro’; leia a entrevista

Leia a entrevista da #Canguru com Patricia Monkem, moradora de São Gonçalo que chamou a atenção pelo Brasil afora.

Por Luciana Ackermann

Espontânea, sem papas na língua, orgulhosa de suas conquistas e disposta a correr atrás do que quer. É assim que se define Patricia Monkem Mexias, a mãe que vive em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e ficou famosa em todo o Brasil ao pendurar uma faixa no prédio onde mora com um aviso aos vizinhos. Na mensagem, ela deixa bem claro que não quer pitacos em sua vida familiar, exceto se o palpite vier acompanhado por pacotes de fraldas (e ainda assim passará pela avaliação dela para ser acatado).

Em entrevista à Canguru, Patricia conta que o cartaz já estava pronto desde dezembro de 2016, quando voltou a morar no bairro Coroado, após a separação. Por causa das obras em seu apartamento e da falta de oportunidades, o divertido alerta foi “inaugurado” somente no fim da tarde do dia 18 de julho, com direito à publicação no Facebook e vídeo – que viralizaram nos dias 25 e 26 de julho, depois de ela colocar o perfil, que era privado, como público.

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A faixa que fez sucesso nas redes sociais em todo o país | Foto: Reprodução / Facebook

 

 

Confira nossa conversa com essa mãe que despertou a simpatia – e empatia – de tantas outras mães pelo país afora: 

 

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Patrícia em foto no Facebook

Canguru – O que a levou a tomar essa iniciativa?

Patricia Monkem Mexias – Eu já havia morado lá, há 14 anos, tive muitos problemas, os vizinhos, incomodados com meu jeito, chamavam o Conselho Tutelar com denúncias infundadas. Fiquei fora daqui por quatro anos, mas, como me separei há pouco tempo, voltei a morar no Coroado. Minha ideia foi ser proativa e me posicionar antes mesmo que novos problemas surgissem. Uma brincadeira planejada. Fiz a faixa em dezembro e só consegui pendurar em julho por falta de oportunidade. Esperei um dia mais fechado, com quase ninguém na rua, para colocar o aviso.   

Canguru – Você imaginava que esse fato tomaria essas proporções? Como está sendo a reação da vizinhança?

PMM – Para ser sincera não esperava tudo isso, não. Era mais uma brincadeira do tipo “se liga, toma conta da sua vida e me deixa em paz”. Meu perfil, no Face, não era público, mas de algum modo foi se espalhando. Um amigo viu a imagem, compartilhou sem saber que era minha e me mandou pelo WhasApp, dizendo que lembrou de mim. Eu ri e contei que a postagem era minha e a coisa foi indo. Aqui está o maior mimimi, já tem gente me hostilizando, dizendo que sou mentirosa e me xingando. Eu sou muito malquista no bairro, dizem que sou pobre metida a rica, mas eu corro atrás, não paro, fiz 58 tipos diferentes de cursos, vou atrás de conhecimentos, trabalho e faço por onde para ter tudo o que tenho. Vivo a minha vida e dane-se os vizinhos. Eles têm 24 horas para viver a vida deles, mas fazem questão de dar hora extra na minha. Antipatia gratuita. Não gostam desse meu jeito espontâneo de ser. Não ligo para a opinião deles. Eu aprendi o seguinte: tenho dois ouvidos e uma boca, escuto mais e falo menos, pessoa normal age assim.

Canguru – Você acha que o seu recado será positivo?

PMM – Pelo contrário, foi uma brincadeira, mas acho que vai gerar mais perseguição na minha vida. Já até avisei um amigo do Conselho Tutelar que, provavelmente, vai começar o inferno tudo de novo. Ele disse para eu não me preocupar que se eu precisar, vai me dar respaldo.

Canguru – Diante dessa reação, você se arrependeu? Pensa em tirar a faixa?

PMM – Não estou arrependida, não! Sou mulher suficiente para assumir meus atos. Vou deixar a faixa lá, até porque paguei por ela. Nem de tapetinho de banheiro ela vai servir. Gastei pouco, foi mais na impressão da faixa, R$ 70, estou terminando minha faculdade de designer gráfico eu mesma fiz o layout.

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