Evite armadilhas na hora de contratar babás: 8 dicas para você adotar em casa

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    Ao recorrer a uma babá, alguns cuidados devem ser tomados para garantir a segurança dos pequenos | lustração: Aline Usagi
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    Por Rafaela Matias – Muitos pais optam por deixar os pequenos aos cuidados exclusivos de uma babá quando saem para trabalhar, porque não encontram um berçário adequado, preferem esperar mais tempo até inserir a criança em uma escola ou, ainda, por não ter parentes que possam se encarregar de seus filhos durante o expediente.

    O problema é que a contratação da profissional exige cautela para garantir a segurança da criança e o seu bom desenvolvimento. Para o médico José Martins Filho, professor da Unicamp e membro da Academia Brasileira de Pediatria, é preciso que a profissional tenha uma boa referência e que haja um período de experimentação, para que os pais possam observar a adaptação da criança e a maneira como se dão os cuidados. “O ideal é que, na primeira semana, os pais fiquem em casa para acompanhar e observar a cuidadora. Jamais devem deixar a criança sozinha com a babá durante esse período de experiência”, orienta. Autor do livro A Criança Terceirizada – Os Descaminhos das Relações Familiares no Mundo Contemporâneo, o pediatra defende ainda que, se a profissional for escolhida da maneira correta e a vigilância dos pais for constante, a babá pode ser uma opção melhor que escolas ou creches, do ponto de vista médico, especialmente para crianças de até 2 anos. “Nessa idade, a imunidade delas ainda está se formando, e, por isso, observamos vários problemas de saúde em crianças que vão à escola, como febres, diarreias, resfriados e tosses. Nesse aspecto, a babá é uma opção melhor que a creche”, defende.

    De acordo com a médica Laís Valadares, presidente do Comitê de Primeira Infância da Sociedade Mineira de Pediatria, é muito importante que o pequeno se identifique com o funcionário e que a escolha seja a mais definitiva possível, pois o rodízio de cuidadores pode causar danos emocionais. “As crianças precisam de referência. Se for para trocar constantemente a figura cuidadora, é melhor optar pelo berçário ou pela creche”, afirma. Além disso, a médica diz que, quanto menor a criança, melhores devem ser suas cuidadoras, não só do ponto de vista técnico, mas também afetivo. “Ao contratar uma babá, os pais devem dar muito valor às referências e acreditar na própria intuição. Temos visto excelentes profissionais, mas também há casos de maus-tratos, inclusive em creches. É preciso ficar atento aos sinais subjetivos apresentados pelas crianças”. Entre esses indícios estão irritabilidade ou apatia, transtorno do sono, choro exacerbado na saída dos pais, recusa para ir ao colo da cuidadora, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, atraso da linguagem, adoecimento, cefaleia e transtornos gastrointestinais.

    A psicóloga Luciana de Abreu Pereira, cofundadora do aplicativo Click Babá, que ajuda a conectar pais e cuidadoras, ressalta também a importância de observar se os valores da babá coincidem com os da família. “Lembre-se de que essa pessoa vai passar boa parte do tempo com seu filho, por isso é importante que os valores pessoais da profissional sejam similares aos dos pais”, afirma. Para fazer a contratação, Renata Simonetti, diretora da Alô Babá, agência especializada em cursos e contratação de babás, indica que os pais solicitem a carteira de trabalho e peçam uma declaração de antecedentes criminais e os contatos de antigos empregadores. Mas atenção: é preciso se certificar de que as referências sejam reais, e não simuladas. “Cerca de 30% das babás que passam pela seleção da agência indicam telefones falsos de ex-patrões, que na verdade são amigos ou parentes da candidata. É preciso fazer um trabalho de investigação, em programas como o do Serasa, para checar quais são os telefones corretos dos antigos empregadores”, diz. Além disso, ela afirma que uma boa babá precisa cuidar de tudo que é da criança, incluindo roupas, quarto, comida, lanche, dever de casa e recreação. “Na agência, damos cursos de nutrição, entretenimento, primeiros socorros, ética e comportamento. Existem muitas profissionais qualificadas no mercado”, acredita.

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