“O alien verde que ganhou meu coração e tomou conta da minha casa: sim, eu fiz a festa do ‘Dame Tu Cosita'”

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Alien verde e um disco voador azul modelados em biscuit para festa infantil.
Decoração de festa infantil com tema alienígena. Foto: Freepik
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Quando Léo, de 2 anos, pediu uma festa com o personagem do meme “Dame Tu Cosita”, a família achou graça… depois achou impossível… e, por fim, achou coragem para realizar. O resultado? Um vídeo com milhões de visualizações, muita emoção — e um debate que ninguém esperava – Por Renata Menezes

Quando a Beatriz perguntou ao filho qual seria o tema da festa de 2 anos, ela esperava tudo: dinossauro, bombeiro, Baby Shark, qualquer coisa do universo infantil padrão. Só não esperava aquilo. Léo respirou fundo (do jeitinho decidido que só os pequenos têm) e disse: “Eu quero o Cosita.”

Sim, ele mesmo: o personagem verde, magrelinho e dançarino do meme “Dame Tu Cosita”, aquele vídeo que gruda na cabeça e que muita gente vê por acaso… mas que, por algum motivo misterioso do algoritmo — e da infância — virou o grande amor do aniversariante.

“Ele nunca gostou dos desenhos tradicionais”, conta Beatriz, em entrevista exclusiva ao Canguru News, que é motorista de aplicativo e vive a rotina de equilibrar trabalho, correria e desejos infantis. “A minha filha mais velha era super Peppa, super Três Palavrinhas… mas o Léo, não. Até que um dia apareceu o tal vídeo. Na primeira batida, ele levantou e começou a dançar igual.”

Pronto. O coração de mãe reconhece quando algo toca a criança de verdade. E, dali para a frente, era só o “etezinho” aparecer na tela que Léo abria um sorriso que nenhuma produção da Pixar tinha conseguido arrancar.

Aí começou a saga. Porque transformar um meme em tema de festa não é tão simples quanto parece — e Beatriz descobriu isso rápido. “Ninguém quis fazer. Ninguém mesmo. As empresas não queriam reproduzir o personagem. Eu já estava quase desistindo”, lembra.

Só a avó topou: “Eu faço o bolo e uns docinhos, filha. A gente dá um jeito.” Avós são o maior superpoder da maternidade — isso a gente já sabe.

Foi então que Beatriz encontrou a empresa Castelo Alegria, que topou o desafio sem saber bem no que estava se metendo. “Quando ela mandou a foto, a gente não entendeu. Mas, quando mandou o vídeo… a equipe inteira caiu na risada”, lembra Janine Gazoni, dona da empresa. E foi assim que começou o mergulho no mundo do Cosita: estudo da cor exata do verde, do formato do corpo, do pé compridão, da postura esquisita. Até prova de roupa o personagem fez.

O escolhido para viver o “grande ícone” foi o dançarino Edilson Santos, que assumiu o papel com orgulho. “Ele dizia que já tinha vivido de tudo… até virar o Cosita!”, brinca Janine.

No dia da festa — 27 de abril — ninguém sabia o que esperar. Mas Léo sabia. E quando o Cosita entrou na sala… pronto. O menino congelou por um segundo, depois abriu um sorriso daqueles que fazem qualquer adulto esquecer a fadiga do mês inteiro.

A internet também congelou. E derreteu. O vídeo passou de 3 milhões de visualizações. Chegaram mensagens do Brasil inteiro.

“Eu não consegui nem filmar direito, eu estava em êxtase”, lembra Beatriz. Léo, além do personagem, ganhou uma mini fantasia. “Eu queria que ele sentisse que o Cosita saiu da tela pra vida real especialmente pra ele.”

Mas, como toda história que viraliza, veio também o outro lado: críticas. Gente dizendo que a música tinha conotação adulta, que não era tema para criança.

Beatriz ouviu. Pensou. E respondeu com a calma de quem conhece o próprio filho:“Eu nunca tinha parado para ver a tradução. Muitas vezes a gente escuta música em inglês sem entender tudo. Mas a festa foi feita com amor. Ele se conecta com cor, ritmo, movimento. E isso é pureza. Supervisiono sempre, coloco limites, cuido do que ele consome… mas naquele dia, o foco era só a alegria dele. E foi exatamente o que aconteceu.”

No fim, ficou a imagem: um menininho de 2 anos, de olhos brilhando, dançando ao lado do seu personagem favorito.

E ficou, também, a pergunta: Quantas vezes nós, adultos, esquecemos que as crianças enxergam o mundo com o coração — antes de enxergar com o filtro do julgamento?

A festa do Cosita pode ter sido inusitada. Mas também foi um lembrete poderoso: Quando a gente leva os sonhos deles a sério, o mundo deles cresce. E o nosso também.

Assista ao vídeo:

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