Está na praia ou na piscina com as crianças? Fique atento aos casos de micose

Períodos de forte calor, como agora no verão, favorecem o surgimento de manchas na pele dos pequenos, que caracterizam uma infecção fúngica
Na praia, cinco crianças correm para entrar no mar
Verão é a estação mais propícia para desenvolvimento das infecções fúngicas, as micoses

Normalmente nos períodos de forte calor, com a curtição das férias em praias ou locais com piscinas e cachoeiras, pode ser que os pais observem algumas manchas nas peles das crianças, o que pode ser uma infecção fúngica, ou micose.

“Micose é uma infecção de pele causada por fungo. Então toda micose é um fungo. Pode ser fungo de pele, de unha ou de couro cabeludo. É a doença mais comum do verão, que é quente e úmido e tem as condições apropriadas para esses microorganismos crescerem nessas regiões do corpo”, explica o dermatologista Werick França, que respondeu algumas perguntas sobre micoses a pedido da Canguru News.

Uma maneira de evitaras micoses, segundo o dermatologista, é fazer boa higienização do corpo e evitar regiões muito quentes, caso as pessoas já tenham alguma predisposição a esse tipo de lesão do corpo. Pessoas com baixa resistência imunológica e pele mais oleosa serão alvos mais fáceis de infecções fúngicas.

Quais as micoses mais comuns no verão?

  1. Pano branco ou pitiríase versicolor: é a micose mais comum. São manchas claras na pele, ou em alguns casos manchas escuras (vai depender da tonalidade da pele e da quantidade de melanina no organismo). O nome científico é pitiríase versicolor.  As manchas são descamativas, podem estar agrupadas ou isoladas, e normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome vesicolor. O tratamento deve ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos e orais.
  2. Frieiras: aparece entre os dedos dos pé. A pele fica macerada, descamada.
  3. Micoses de unhas: as unhas ficam “fofas”, ou desfarelam, ou pode ficar extremamente grossas

Como fazer o dignóstico?

De acordo com o dermatologista, “toda micose deve ser diagnosticada pela raspagem, num chamado micológico direto, solicitado pelo médico”. “Depois desse exame vai ser identificado o tipo de micose e o médico vai dar o antifúngico correto. Portanto, micose deve ser tratada pelo dermatologista e deve se evitar qualquer tratamento caseiro, principalmente à base de ácidos, como limão, e outras coisas que chegam aos consultórios”, alerta França.

O diagnóstico é importante porque há outras doenças de pele que podem ser confundidas com micoses, e o tratamento pe totalmente diferente, explica o médico. “Nem toda mancha é pano branco, por exemplo. Existem doenças que se iniciam por mancha branca, como a pitiríase alba, e o tratamento é totalmente diferente de micose. E o próprio vitiligo, que se inicia com mancha esbranquiçada e não se trata como micose. Por isso é necessário o olho do especialista, com o exame, para haver o diagnóstico de micose.”


LEIA TAMBÉM


Contágio e tratamentos

O tratamento de uma infecção fúngica pode durar de 7 a 21 dias, dependendo do caso. Normalmente é recomendado o uso de pomada antifúngica, mas há também casos em que o paciente pode tomar medicação oral indicada pelo dermatologista. Se há recidivas, volta da infeção por fungos, pode ser que o paciente também seja orientado a tomar banhos com sabonetes e xampus antifúngicos.

De acordo com o dermatologista, é importante que as pessoas e os pais intensifiquem os cuidados com as crianças no verão. Evitar uso de roupas molhadas, o que é muito comum em praias, e lavar e secar bem os dedos e as dobras do corpo são recomendações gerais.

Pode haver contaminação de outros membros da família, porque o fungo vai formando escamas e se soltando, explica o dermatologista. É recomendável que o paciente separe os itens de higiene diária, como toalha de banho, roupa de cama, escova de cabelo, para evitar a transmissão.

Curiosidade

O médico Drauzio Varella, em seu site, tem um post sobre a pitiríase versicolor. Segundo ele, “a pitiríase versicolor é chamada impropriamente de micose de praia”. “O fungo que provoca a doença habita naturalmente a pele dos seres humanos e, sob determinadas circunstâncias, produz a infecção.” Ou seja, não se trata de um fungo que só existe nas areias das praias.


LEIA TAMBÉM


Aviso de conteúdo

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.

Deixe um comentário

Veja Também