Cuidado com as mentiras a respeito da vacina contra a febre amarela!

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Da Redação

Se você recebeu um daqueles terríveis boatos que circulam no WhatsApp e em redes sociais sobre as vacinas contra a febre amarela, fique tranquilo – tratam-se apenas disso mesmo: boatos.

Para ajudar a esclarecer a população em geral, a Sociedade Brasileira de Pediatria selecionou as principais afiramções sobre a vacina e explicou, de forma simples e fácil de entender, o que é verdade e o que é mentira.  Confira:

Para evitar a doença é necessário tomar a vacina.
Verdade. A vacina é a única forma de prevenção eficaz contra a febre amarela.            

Devem tomar a vacina pessoas que vivem em áreas com recomendação, para as que se deslocam para essas áreas (tomar a vacina com 10 dias de antecedência) ou que viajam para países que exigem a vacinação para entrada no país (Regulamento Sanitário Internacional).
Verdade. As doses deverão ser tomadas por pessoas que estão com o esquema de vacinação incompleto, ou seja, que não tomaram as duas doses recomendadas pelo Ministério da Saúde. Para adultos que tomaram a primeira dose há menos de 10 anos, também não há necessidade de adiantar a dose de reforço. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento.        

A criança a partir dos 6 meses de idade pode tomar a vacina. Abaixo dessa idade não é recomendada.             
Verdade. O bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses de idade, quando a criança reside em uma área em que há morte de macacos por febre amarela e em áreas em que há casos confirmados de febre amarela silvestre. Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a partir de nove meses de idade.

Crianças menores de 2 anos não devem receber simultaneamente as vacinas febre amarela e tríplice viral. Deve-se respeitar o intervalo mínimo de 30 dias.             
Verdade. Há interferência na resposta imune. Se a criança tiver alguma dose do Calendário Nacional de Vacinação em atraso, ela pode tomar junto com a febre amarela, com exceção da vacina tríplice viral ou tetra viral. A criança que não recebeu a vacina para febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral e for atualizar a situação vacinal, a orientação é receber a dose de febre amarela e agendar a proteção com a tríplice viral ou tetra viral para 30 dias depois.    

Mulheres em idade fértil vacinadas devem ser orientadas a não engravidar nos 30 dias seguintes à vacinação.              
Verdade. Trata-se de uma recomendação por precaução.         

Mulheres que estão amamentando não devem receber a vacina até a criança completar 6 meses de vida.      
Verdade. Há possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno. Em caso de extrema necessidade de vacinação da nutriz, a amamentação deve ser suspensa por, no mínimo, 15 dias, sendo o ideal por 28 dias. Nesse período, a ordenha é fundamental para a manutenção do aleitamento materno, porém o leite ordenhado no período pós-vacinação não deve ser oferecido à criança. Recomenda-se que antes da vacinação, sempre que possível, a mulher ordenhe o seu leite e o conserve congelado por até 15 dias, podendo ser oferecido à criança no período em que ela não poderá mamar.               

A vacina é válida por dez anos e possui 95% de eficácia.              
Verdade. A vacina que utilizamos é derivada da cepa 17D, composta de vírus vacinal amarílico vivo atenuado, cultivado em ovo de galinha. Trata-se de uma vacina de aplicação subcutânea e segura. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida.              

A vacina contra febre amarela pode causar efeitos adversos.  
Verdade. Dor, eritema, enduração, febre, mialgia, cefaleia. Esses são os eventos adversos mais comuns a essa vacina. Entre as reações menos comuns, estão: hipotensão, choque, manifestações respiratórias e cutâneas, confusão mental, letargia, ataxia, afasia, parasia, sinais meníngeos, Síndrome íctero-hemorrágica são os eventos adversos da vacina da febre amarela.

Há pessoas para quem a vacina é contraindicada.          
Verdade. A vacina é contraindicada a pacientes com: imunodeficiência primária ou adquirida; imunossupressão secundária à doença ou terapias imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas; em uso de medicações antimetabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença; transplantados e com doença oncológica em quimioterapia; que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina; reação alérgica grave ao ovo e com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma).            

O médico pode orientar sobre a suspensão de medicação, em caso de criança que esteja tomando remédios e vá ser vacinada.          
Verdade. Cada caso deverá ser analisado pelo médico assistente. Pacientes com doenças crônicas devem ter autorização do médico assistente para liberar a tomar a vacina, justamente por conta do uso de medicamentos que podem deprimir o sistema imunológico e essas pessoas podem ter contraindicação à vacinação.          

Se a criança tiver alguma reação após tomar a vacina,  é preciso levar ao médico.          
Verdade. A vacina contra a febre amarela, assim como todas as outras vacinas, tem eventos adversos, que em geral são eventos brandos. É necessário procurar orientação médica, que irá avaliar cada caso de forma individual.        

Pessoas com Lúpus, doença de Addison, artrite reumatoide, e outras doenças autoimunes relacionadas à tireoide e ao aparelho gastrointestinal, devem ser avaliadas pelo serviço de saúde antes da vacinação.        
Verdade. É necessário procurar orientação médica, que irá avaliar cada caso de forma individual.         

É preciso tomar a vacina em jejum.         
Mito. Não há restrição.  A criança pode tomar a vacina em jejum ou após a alimentada.

O calendário de vacinação das crianças sofreu alteração e passou a incluir a vacina de febre amarela.
Mito. O Brasil já vacina contra a febre amarela há muitos anos. O que mudou foi a recomendação da segunda dose aos 9 meses  e aos 4 anos, mas não mudou por conta do surto e sim pela recomendação feita pela OMS de ser dose única e o Brasil, acertadamente, optar pelo sistema de duas doses. Ou seja, não se faz mais de dez em dez anos, serão duas doses na vida da criança: aos 9 meses e aos 4 anos, a fim de obter uma melhor resposta imunológica.

É preciso vacinar contra a febre amarela a cada 10 anos.
Mito. Não se faz mais de 10 em 10 anos. Serão duas doses na vida da criança: aos 9 meses e aos 4 anos, a fim de obter uma melhor resposta imunológica. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil pelo Ministério da Saúde, é segura e garante proteção durante toda a vida.

Mesmo tendo tomado as duas doses é preciso tomar uma nova dose de reforço.                       
Mito. Não é necessária outra dose de reforço se já tiver tomado as duas recomendadas pelo Ministério da Saúde. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida.

Quem tomar mais de duas doses da vacina ficará mais protegido.                        
Mito. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil, é segura e garante proteção durante toda a vida.

A febre amarela é uma doença contagiosa e pode passar de uma pessoa para outra.                 
Mito. A febre amarela silvestre é transmitida pela picada de mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus (febre amarela – ciclo silvestre)ou pelo Aedes (febre amarela – ciclo urbano), que também transmite a dengue, zika e chikungunya.O Aedes é capaz de transmitir, com menor competência, a febre amarela de um ser humano para outro. Este ciclo já não ocorre no Brasil desde 1942.

A febre amarela silvestre é transmitida pelo Aedes aegypti.                    
Mito. A febre amarela silvestre é transmitida pela picada de mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus, sendo que esse último pode também transmitir o vírus para sua descendência.

Macacos e outros animais transmitem a febre amarela.                            
Mito. Primatas não humanos, especialmente macacos, são os principais reservatórios do vírus, e são infectados pela picada de mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus. Cabe ressaltar que a única forma de transmissão da doença, seja em humanos ou animais é por meio da picada de mosquito.

Grávidas e mulheres amamentando bebês com menos de 6 meses devem tomar a vacina contra a febre amarela.   
Mito. Esse grupo, em princípio, NÃO deve tomar a vacina, pois há possibilidade de transmissão do vírus vacinal durante a gravidez e pelo leite materno. Em caso de extrema necessidade de vacinação da nutriz, a amamentação deve ser suspensa por, no mínimo, 15 dias, sendo o ideal por 28 dias. Nesse período, a ordenha é fundamental para a manutenção do aleitamento materno, porém o leite ordenhado no período pós-vacinação não deve ser oferecido à criança. Recomenda-se que antes da vacinação, sempre que possível, a mulher ordenhe seu leite e o conserve congelado por até 15 dias, podendo ser oferecido à criança no período em que ela não poderá mamar. Na gestante deve ser avaliado o risco e o benefício da vacinação.

Idosos acima de 60 anos podem se vacinar.                     
Mito. Apesar de a vacina poder ser aplicada, em teoria, em qualquer idade, em indivíduos com mais de 60 anos, pelo maior risco de eventos adversos graves, especialmente na primovacinação (como a Doença Viscerotrópica aguda pós-vacina), devem ser avaliados individualmente em relação ao risco de aquisição da doença.

 

A entidade também lançou o documento Febre Amarela: nota informativa, produzido pelo Departamento Científico de Imunizações da SBP, que pode ser acessado na íntegra AQUI.

No documento, constam por exemplo as recomendações de idade para residentes em áreas endêmicas de febre amarela ou viajantes nessas regiões. Confira a tabela:

Fonte: SBP

 

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