
Da redação
Dúvidas diante de uma decisão a tomar. Baixo rendimento escolar. Dificuldade em fazer amigos. Falta de confiança em si própria. Essas são algumas das características que uma criança insegura pode apresentar.
A insegurança é um estado emocional no qual a pessoa apresenta um sentimento de inferioridade, caso sinta que não é boa o suficiente para realizar determinada tarefa ou para ser amada, aceita ou reconhecida. Ainda, o hábito de riscar e apagar várias vezes o mesmo desenho ou exercício escolar e a facilidade a se frustrar e a dependência de outras pessoas podem ser comuns em ciranças inseguras.
De acordo com Sueli Conte, psicopedagoga, diretora geral e mantenedora do Colégio Renovação, em São Paulo, as crianças precisam se sentir queridas e estimadas, especialmente pela família.
Para os pais e responsáveis, entender melhor o assunto é fundamental para poder ajudar as crianças a recuperar a confiança em si mesmas.
Saiba a seguir alguns fatores que podem levar as crianças a se sentirem inseguras.
– Estilo educativo severo, autoritário e superprotetor. Normalmente, a criança deixa de desenvolver autonomia, passa a não tomar as próprias decisões. Com o tempo, surgem os sentimentos de inferioridade, o medo de errar e a perda de confiança e da autoestima.
– Falta de afeto e carinho. O excesso de críticas ou até de humilhações fazem com que a criança entenda que não é querida ou importante para seus pais, o que desperta a insegurança nos pequenos. Quando em desequilíbrio emocional, as habilidades sócio-emocionais deixam de ser desenvolvidas e a criança é prejudicada.
– Comparações com irmãos, primos e colegas. O nascimento de um irmão pode provocar insegurança em uma criança que pensa que já não é suficiente para os seus pais. Isso acontece por conta da atenção que o recém-nascido exige. Quando os pais comparam habilidades e qualidades dos filhos e menosprezam suas capacidades, valorizando o outro, o sentimento de insegurança pode se tornar crônico.
O que fazer para ajudar a criança
Diálogo constante
Manter um diálogo constante com a criança e praticar atitudes que fortaleçam o seu lado sócio-emocional são medidas que os pais podem fazer para ajudar o filho. “Isso significa falar sobre as inseguranças e os temores que ele sente, e ajudá-lo a ver suas qualidades”, explica Sueli. Ela sugere delegar tarefas que incentivem a criança a se tornar independente – o que vale para a escola também. “O professor pode estimular a criança a realizar pequenas ações, como ajudar a recolher as agendas dos colegas, ser o auxiliar do dia, ser representante de classe e participar da recepção de novos alunos”, propõe a psicopedagoga. Ela explica que todas essas ações reforçam a importância da criança perante os demais, fazendo com que sintam-se reconhecida.
Criação de laços
Outro caminho importante é estabelecer laços afetivos com os pais, professores, colegas de classe, entre outros. “Tudo que é feito por meio de ações de carinho, proteção moderada e estabilidade emocional traz bons resultados”, destaca Sueli.
Parceria escola-família
A integração entre família e escola é outro ponto importante na visão da psicopedagoga. É por meio da ação conjunta que pais e educadores conseguem atacar as causas da insegurança das crianças e podem colaborar para o equilíbrio emocional dela.