Por Juliana Sodré
Escolher um método de alfabetização nem sempre é o ponto de escolha principal dos pais na hora de escolher uma escola para os filhos. Mas é importante pensar nele, se a criança ainda não passou pelo processo de ler e escrever. O atraso ou a dificuldade de um(a) aluno(a) nesse quesito pode estar ligado com a não compatibilidade com o método de ensino.
Mas como saber qual é o melhor? De acordo com a pedagoga Janaina Spolidorio é preciso que os pais e a escola trabalhem juntos para compreender o perfil da criança e saibam escolher o melhor método para que ela seja alfabetizada. Entre o tradicional, o construtivista, o mesclado, o montessoriano e o digital, ela defende o método mesclado de alfabetização. “É preciso identificar a necessidade do aluno para saber qual método aplicar. Não acredito num método único para todos. E esse diagnóstico é o maior desafio do profissional da educação”, afirma.
- Tradicional – a criança aprende com a ‘cartilha’, como falavam nossos pais e avós. O método existe desde 1880 e as crianças aprendem por sílabas.
- Construtivista – a escola procura entender como o aluno constrói a escrita. E trabalham com algumas hipóteses: pré-silábica, em que o alunos não reconhece algumas letras; silábica, quando o aluno reconhece as letras, ou até silábica-alfabética, em que o aluno constrói a palavra de forma diferente. Abelha, vira abela, por exemplo.
- Mesclado – trabalha as sílabas simples e complexas e procura entender a construção da escrita pessoal.
- Digital – com uso de tecnologia. Louça digital com apps próprios, interativo. A criança usa um tablet ou um celular para ler o Código QR (query code) da questão e ver se a resposta está correta, por exemplo.
Longe das salas de aula, a pedagoga que é referência em atividades escolares, abandonou a vida da sala de aula para se dedicar à produção e venda de atividades. Com cerca de mil títulos próprios, ela conta que construiu o próprio material para conseguir atender as demandas específicas dos alunos. “Eu já não conseguia acompanhar apenas os livros das editoras ou apostilas de métodos de ensino e resolvi ampliar o leque produzindo o meu material”.
Melhor idade
A idade de alfabetização é considerada normal quando acontece de 4 a 7 anos. Algumas crianças são mais estimuladas ou se interessam mais pelas letras e números. Mas só se considera uma alfabetização tardia aquela que ocorre depois dos 7 anos.
“A pré-alfabetização já pode ser feita aos 2-3 anos, com atividade de reconhecimento de números e letras. Mas é importante respeitar o tempo de cada criança. As escolas precisam ofertar estratégias diferenciadas para a adequação dos alunos. Esse para mim é o melhor método”, conclui. Somado a isso, é importante que os pais estimulem a leitura lendo livros perto das crianças e apresentando naturalmente que o nosso mundo é letrado, que os números estão presentes no número das casas, do apartamento, no calçado que a gente coloca, no relógio e assim por diante.
Assim, se seu filho está com problemas no aprendizado de ler e escrever, procure entender o método de ensino da escola onde ele está e e tente encontrar outro que ele se adapte melhor.