Casamentos estão mais curtos e raros no país

Dados do IBGE com base em pesquisa em 20 mil cartórios e varas mostram que o número de uniões civis caiu em 2019 pelo quarto ano consecutivo no país

857
Casamentos estão mais curtos e raros no país; dois bonecos de encaixe de madeira representa mulher e homem separados ao meio por um coração
A pesquisa aponta ainda que as relações ficaram mais curtas na década, durando atualmente quatro anos a menos
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

Por Metro – Os brasileiros estão menos interessados em oficializar suas uniões amorosas e também menos dispostos a lutar pela continuidade das relações. Dados recém-divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base em pesquisa em 20 mil cartórios e varas mostram que o número de uniões civis caiu em 2019 pelo quarto ano consecutivo no país. Foram 1.024.676 casamentos. Na comparação com os registros de 2018, houve queda de 2,7%. A redução foi maior ainda entre pessoas do mesmo sexo: – 4,9%.

“No geral, as mudanças nos costumes e valores da sociedade e as diversas possibilidades de uniões permitidas atualmente pela legislação brasileira podem explicar essas flutuações no total de casamentos”, afirma a gerente da pesquisa no IBGE Klívia Brayner.

A pesquisa aponta ainda que as relações ficaram mais curtas na década. O tempo médio entre a data do casamento e a data da sentença ou escritura do divórcio em 2009 era de 17,5 anos. Em 2019, houve uma diminuição para 13,8 anos, ou seja, cerca de quatro anos a menos. Quase metade dos casamentos que foram desfeitos ano passado duraram menos de 10 anos.

Klívia destaca que os divórcios têm crescimento desde 1984, com salto a partir de 2010 por conta de mudanças na lei que tornaram o processo mais rápido e simples. A desburocratização também estaria relacionada a duração menor dos casamentos, na visão da pesquisadora.

“Apesar de ter havido uma pequena queda no número de divórcios, você olhando a série histórica desde 1984 a 2019, você observa uma tendência de aumento no número de divórcios e nas taxas. Existem algumas flutuações mas a tendência é de aumento, principalmente pelas facilidades legais de 2007, que tornou possível a realização de divórcio por via administrativa e, em 2010, pela emenda constitucional número 66 que acabou com todos os prazos necessários para você dar entrada no divórcio. Todas essas facilidades somadas à mudança dos valores e costumes da sociedade possibilitaram que houvesse maior número de divórcios. Com isso, as pessoas pedem o divórcio mais rápido e os casamentos duram cada vez menos ”, explica Klívia.

LEIA TAMBÉM: Vídeo: Como manter uma relação saudável entre o casal após a chegada do bebê

Cresce número de mães na faixa etária de 30 a 39 anos

O estudo mostra, também, que as mulheres estão tendo filhos mais tarde. Entre 1999 e 2019, o percentual de mães que tinham até 20 anos caiu de 21,4% para 14,3%, enquanto entre 30 e 34 anos cresceu de 14,9% para 21,1%. Entre as mães com mais de 40 anos, o aumento foi de 1,9% para 3,4% do total de nascimentos.  

LEIA TAMBÉM: Por que ‘divórcio’ está entre as buscas que mais crescem no Google

Até que a vida os separe?

Confira alguns dos destaques do levantamento do IBGE, feitos com base em dados de mais de 20 mil cartórios, varas e foros do país

1.024.676 casamentos em 2019
queda de 2,7% no ano

9.056 uniões civis entre pessoas do mesmo sexo
queda de 4,9% no ano

383.286 divórcios em 2019
queda de 0,5% no ano

IDADE MÉDIA AO CASAR
Mulher – 28 anos
Homem – 31 anos

TEMPO MÉDIO ENTRE CASAMENTO E DIVÓRCIO
2009: 17,5 anos
2019: 13,8 anos
3,7 anos a menos

LEIA TAMBÉM: Pais divorciados: 5 formas de melhorar a relação com o ex-parceiro e assim favorecer as crianças

Gostou do nosso conteúdo? Receba o melhor da Canguru News, sempre no último sábado do mês, no seu e-mail.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui