Câmara Municipal veta obrigatoriedade de ensino religioso nas escolas

Projeto pedia a inclusão do ensino religioso na grade curricular do ensino fundamental, argumentando que a medida poderia estimular o tratamento de questões éticas. #CanguruBH

Com informações da Câmara Municipal

Foto: PixabayMantendo a decisão do prefeito Alexandre Kalil (PHS), vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte vetaram o projeto de lei que torna obrigatória as aulas de ensino religioso na rede municipal. A decisão foi tomada em reunião plenária ocorrida na última segunda-feira (10) e levou ao arquivamento da proposta.

Projeto de Lei 1642/15, de autoria do ex-vereador Vilmo Gomes (PSB), determinava a inclusão do ensino religioso na grade curricular do ensino fundamental da rede pública, argumentando que a medida poderia estimular o tratamento de questões éticas nas instituições de ensino, propiciando uma formação mais complexa das juventudes. Segundo o texto, a disciplina deveria incorporar princípios calcados no respeito à diversidade religiosa e à tolerância, bem como na promoção da solidariedade, da autonomia e da cultura da paz.

Defendendo a manutenção do veto, a vereadora Cida Falabella (Psol) destacou que a proposta contém vício de iniciativa, já que versa sobre assunto de competência exclusiva do Executivo. Ao mesmo tempo, apontou que a norma atentaria contra o principio da laicidade do Estado e contra princípios definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que estabelece que a disciplina só pode ser ofertada em caráter facultativo, e não obrigatório. Na mesma perspectiva, Mateus Simões (Novo) afirmou que, caso o veto não fosse derrubado, a lei afetaria os interesses de famílias que preferem criar seus filhos de acordo com princípios religiosos diferentes daqueles ensinados em sala de aula.

Na contramão do argumento, o vereador Fernando Borja (PTdoB) afirmou que a norma não prevê qualquer tipo de imposição religiosa, já que as aulas focariam no ensino e na discussão de princípios éticos e morais que contribuiriam para uma melhor formação de crianças e adolescentes, perspectiva que também foi defendida por vereadores como Elvis Côrtes (PSD) e Jair di Gregório (PP).

Na votação, dois vereadores se abstiveram, 13 votaram para manutenção do veto e 15 se pronunciaram pela sua derrubada. Para que o veto de Kalil fosse rejeitado, no entanto, eram necessários o voto de pelo menos 21 parlamentares.

E você, o que pensa sobre a obrigatoriedade do ensino religioso? Deixe nos comentários! 😉

Aviso de conteúdo

É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.

Deixe um comentário

Veja Também