Dança das cadeiras, mímica, amarelinha… Quem é adulto hoje certamente já se divertiu com alguma dessas brincadeiras populares. Passadas de geração em geração, as brincadeiras tradicionais fazem parte da cultura do país, podendo ter variações a depender da cidade ou região, mas sendo, no geral, diversões simples, que podem ser realizadas em qualquer lugar sem a exigência de materiais específicos. Porém, com a avalanche de tecnologias disponíveis, muitas crianças desconhecem essas brincadeiras ou não têm o hábito de realizá-las. Resgatar essas brincadeiras é uma oportunidade que os pais têm de contar um pouco da sua infância para os filhos e assim fortalecer os vínculos e a conexão com as crianças.
“Por trás desses passatempos há benefícios físicos e mentais. Portanto, quando chamamos as crianças para brincar não estamos fornecendo apenas diversão, mas criando memórias que tendem a facilitar a passar esse período de maior tensão com menos ansiedade e sedentarismo”, explica Marina Pedrosa, coordenadora da educação infantil e do 1º ano do ensino fundamental do Colégio Augusto Laranja, na zona sul de São Paulo. A seguir reunimos com a ajuda da educadora cinco sugestões para auxiliar as famílias neste período de férias escolares. Confira!
Mímica
“A mímica é um tipo de jogo em que a única linguagem é a corporal. Os gestos precisam demonstrar o que o jogador quer representar e essa é a única regra”, diz Marina, que destaca ainda os benefícios das imitações para estimular a criatividade, a interação social, o aprendizado cognitivo e a movimentação das crianças. Para facilitar e organizar o jogo, basta escrever em um papel uma série de palavras que devem ser sorteadas, e elas podem ser definidas por categorias como animais e esportes. Para os que ainda não foram alfabetizados, uma opção é recortar ilustrações das revistas para que eles vejam o que devem representar e o façam à sua maneira. É preciso combinar o limite de tentativas e pontuações – e caprichar no prêmio do vencedor!
Teatro e apresentações
Essa é uma ótima oportunidade de trabalhar a imaginação e a criatividade com as crianças. Elas podem começar com o preparo do cenário da apresentação. Papel crepom, cartolina, tinta, glitter e outros materiais existentes em casa podem ajudar nessa tarefa. Em seguida, é hora de pensar no figurino – a criançada adora se fantasiar e adereços podem incrementar ainda mais o personagem escolhido para a representação. “O segredo de uma boa brincadeira é estar entregue à situação, presente, sem celular ou televisão, interagindo e sendo interlocutor das crianças com boas perguntas e colocações que deem riqueza à proposta da criança”, enfatiza Marina.
Batata quente
Esta é uma das brincadeiras populares que ajuda a instigar o rápido raciocínio das crianças. Para iniciar a atividade, é preciso posicionar os participantes em círculo para que passem a batata de mão em mão. Já vendado, o cantor da rodada deve repetir a cantiga “batata quente, quente, quente, quente…”. Quando ele proferir a palavra de ordem, aqui no caso representada pela palavra “queimou”, quem estiver com ela na mão sai do jogo até que reste apenas um jogador. “A atividade requer profunda atenção, pensamento concentrado e ágil para repassar o que está em suas mãos e também atua no entendimento do sentimento de frustração ao ser eliminado”, acrescenta a coordenadora pedagógica.
Dança das Cadeiras
Direto das festas dos anos 1980 e 1990 para a sua sala, essa brincadeira costuma fazer sucesso entre a garotada. Uma pessoa deve controlar o som enquanto as outras rodam com as mãos para trás em torno de um número de cadeiras menor do que o de jogadores. Quando o som parar, aquele que ficar sem lugar para se sentar é eliminado até que reste apenas uma pessoa sentada – o vencedor.
Amarelinha (ou escadinha)
Amarelinha ou escadinha, a depender da localidade, é uma das brincadeiras populares mais conhecidas do Brasil. Para desenhar os quadrados e o círculo do “boneco”, vale usar o que tiver em casa e for possível no espaço disponível: giz, fita crepe, barbante, corda, ou, até mesmo, cadarços de tênis. Desenhados os cinco degraus, basta saltar as casinhas apoiado em apenas um dos pés e sem pisar na marcação. Para prolongar a brincadeira, vale mudar a regra a cada rodada: intercale as possibilidades de pulos entre dentro e fora dos espaços, duplos ou simples. O próximo nível é incluir movimentos com palmas para cima e para baixo ao longo dos saltos. O desafio final é fazer todos os movimentos o mais rápido possível. Coordenação motora, equilíbrio e agilidade do corpo são alguns dos aspectos trabalhados nesta diversão.
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