Atraso no desenvolvimento do bebê exige atenção dos pais

A atrofia muscular espinhal é uma doença neuromuscular que está ligada aos marcos motores.
Atrasos no desenvolvimento motor na primeira infância podem ser sinal de atrofia muscular espinhal
Conheça sinais da atrofia muscular espinhal

Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento integral de uma criança. Acompanhar sua evolução pode ajudar a identificar problemas de ordem motora em estágios iniciais, facilitando assim o seu tratamento e mesmo torná-lo mais rápido. É o caso da atrofia muscular espinhal (AME), que se caracteriza por fraqueza progressiva, podendo comprometer funções como respirar, comer e andar. Doença neuromuscular, ela afeta o funcionamento dos músculos, as estruturas que conectam os nervos aos músculos e os nervos periféricos.

Dentre as doenças neuromusculares, a atrofia muscular espinhal (AME) tem relação íntima com o desenvolvimento e está diretamente ligada aos marcos motores. Por isso, saber quais são os sinais de desenvolvimento do bebê, mês a mês, pode ajudar os pais a perceber um eventual problema – ainda que cada criança se desenvolva no seu próprio ritmo.

“É importante estar atento aos sinais, se a criança está cumprindo todas as etapas dos marcos motores no período esperado. Se não estiver, a recomendação é procurar por um especialista, como o neuropediatra, que poderá fazer a investigação adequada. Em caso de AME, a identificação precoce permite intervenção mais eficiente, que pode alterar o curso natural da doença e proporcionar mais qualidade de vida ao paciente”, explica a Doutora Adriana Banzzatto, neuropediatra do Hospital Pequeno Príncipe, no Paraná.

A seguir, conheça as principais conquistas de um bebê mês a mês e alguns sinais que podem identificar a atrofia muscular espinhal.

Marcos motores nos primeiros anos de vida

Do 0 aos 6 meses, a criança é capaz de:

  • sustentar a cabeça;
  • se impulsionar para cima quando está de bruços;
  • pressionar as pernas para baixo quando os pés estão sobre uma superfície rígida;
  • segurar um brinquedo e balançá-lo em movimentos suspensos.

Dos sete aos 18 meses de idade:

  • ficar em pé sozinha ou apoiando-se em algo
  • sentar-se sem apoio,
  • engatinhar
  • dar impulso para ficar de pé
  • andar se apoiando nos móveis e até dar alguns passos sem apoio

Sinais que podem indicar atrofia muscular espinhal

Em bebês de 0 a 6 meses:

  • Não ter controle da cabeça;
  • Sentar somente com apoio;
  • Fazer a postura de ‘rã’ ao ser colocada deitada com a barriga para cima;
  • Ter dificuldade para segurar as coisas, devido ao tônus muscular diminuído.  

Dos sete aos 18 meses de idade:

  • Sentar de forma independente, mas não andar;
  • Mostrar fraqueza muscular dificultando as tentativas de ficar em pé;
  • Apresentar problemas na coluna, como escoliose (curvatura anormal da coluna vertebral), e de deglutição, tosse ou respiração.  

Após os 18 meses:

  • Embora consiga andar, a criança vai perdendo essa habilidade;
  • Os membros inferiores mostram desenvolvimento motor geralmente menor que os superiores
  • Dificuldade de deglutição
  • Atrofia muscular, que impede a movimentação.

Doença é dividida em cinco tipos

A atrofia muscular espinhal é uma doença rara, que afeta entre 7 a 10 bebês em cada 100 mil nascidos vivos, sendo a maior causa genética de morte de bebês e crianças de até dois anos de idade. No Brasil, ainda não há um estudo epidemiológico que indique o número exato de indivíduos afetados pela doença. A doença é classificada clinicamente em tipos (que vão do tipo 0 ao 4), com base no início dos sinais e sintomas e nos marcos motores atingidos pelos pacientes.

Verônica Fraidenraich

Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. Tem um filho, Martim, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.

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