Diabetes: um risco silencioso

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Crianças de blusa vermelha segura um pirulito em umamão e uma maçã na outra, em referência à diabetes infantil
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Saiba como diagnosticar e tratar o diabetes, uma doença que afeta cada vez mais as crianças
Estima-se que mais de 13 milhões de brasileiros tenham diabetes. Resultado do desequilíbrio dos níveis de glicose no sangue, a doença crônica ocorre de três maneiras no organismo. O tipo I é caracterizado pela produção insuficiente de insulina. Ocorre, geralmente, de forma mais abrupta e acomete com mais frequência crianças e adolescentes. Já o tipo II se dá quando o pâncreas produz insulina suficiente, mas o organismo apresenta resistência à sua ação. Ele ocorre de forma mais lenta, apresenta sintomas mais brandos e acomete geralmente adultos com histórico de excesso de peso. Há ainda o diabetes gestacional. Detectado durante a gravidez, apresenta um aumento de glicose no sangue menos severo que o diabetes tipo I e II.

Um dado que vem preocupando a comunidade médica e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais é o aumento da incidência de diabetes tipo I entre crianças, principalmente nas mais jovens, abaixo de 4 anos de idade.

Segundo o coordenador da endocrinologia pediátrica do Hospital Infantil João Paulo II, o endocrinologista pediátrico Cristiano Túlio Albuquerque, por uma combinação de mutações genéticas, o organismo passa a gerar anticorpos contra as células beta, que produzem insulina no pâncreas. Não existe prevenção para esse tipo de diabetes. Se a criança nasce com as mutações genéticas, em algum momento da vida a doença vai aparecer. “O que estamos percebendo é que vários fatores podem acelerar esse processo, fazendo com que a doença surja mais cedo”, diz Albuquerque. São exemplo os hábitos alimentares inadequados — como o início precoce de ingestão de açúcar, doces, alimentos industrializados, corantes, conservantes, alimentos defumados e embutidos — que podem levar à obesidade ou lesar o pâncreas.

Para tratar o diabetes tipo I, é preciso medir os níveis de glicose pelo menos três vezes ao dia e aplicar injeções de insulina diariamente. Já o diabetes tipo II pode ser tratado somente com dieta e comprimidos. Caso não seja controlado e diagnosticado, o diabetes pode provocar complicações em diversos órgãos, especialmente nos rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. Esse inimigo silencioso aumenta em 40% o risco de infarto em homens e 50% em mulheres. “Quando o assunto é crianças e adolescentes com diabetes, a educação e a precaução são sinônimo de um futuro saudável e seguro”, garante Paulo Augusto Carvalho de Miranda, médico endocrinologista e integrante do Comitê de Especialidades da Unimed-BH (veja ao lado orientações para os pais). “Os cuidados são necessários para manter a doença controlada e evitar complicações futuras.”

Sete informações importantes sobre diabetes na infância

  1. Entre os sintomas mais comuns estão o excesso de sede e de urina. A perda de peso também ocorre com frequência. Algumas crianças voltam a urinar na cama ou acordam muitas vezes para beber água no decorrer da madrugada. Ao perceber essas ocorrências, é fundamental consultar um endocrinologista pediatra rapidamente.
  2. Os pais de crianças com diabetes devem sempre ficar atentos em manter uma frequência nas consultas médicas para saber se o aumento de peso e altura é adequado à idade. E para ajustes na terapia insulínica, que varia de acordo com as fases do desenvolvimento.
  3. A automonitorização da glicemia, a prática de atividade física e o controle nutricional são necessidades comuns e importantes em qualquer faixa etária de pacientes com diabetes, e precisam fazer parte da rotina de tratamento.
  4. É importante a ajuda dos pais na inclusão da automonitorização no dia a dia do paciente, realizada de forma natural e sempre envolvendo o filho nas decisões. Aos poucos, a criança irá perceber a importância desse controle para a própria saúde.
  5. Nem sempre a criança entende ou aceita bem a doença. Por causa disso, o acompanhamento de um psicólogo pode ser necessário.
  6. Realizar a integração dos pacientes com outras crianças que também possuem diabetes, por meio de encontros, associações e acampamentos, é uma ótima maneira de, além de ajudá-los a lidar com a questão, ensiná-los e educá-los mais sobre o assunto.
  7. Após a infância e adolescência, os cuidados devem continuar os mesmos, mas o paciente deve ser encaminhado a um ambulatório de transição, no qual o endocrinologista pediátrico e o endocrinologista adulto o atendam simultaneamente. Essa mudança ocorre, geralmente, entre 15 e 19 anos.

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