É cada vez maior a preocupação com a saúde dos pequenos, principalmente diante do aumento considerável na incidência de obesidade infantil. Segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), 38,8% das crianças entre 5 e 9 anos residentes na Região Sudeste estão acima do peso. E os lanches encontrados em cantinas escolares exercem grande influência na alimentação dos pequenos. Em muitos casos, é nesse momento que os pequenos podem escolher os alimentos livremente.
Acusadas de serem vilãs da alimentação saudável, três gigantes da indústria de bebidas vão ajustar o portfólio de produtos comercializados diretamente às cantinas de escolas de todo o país. A partir de agora, Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo só venderão às escolas para crianças de até 12 anos (ou com maioria de crianças até essa idade) água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos.
Para montar o novo portfólio, as empresas utilizaram as diretrizes de associações internacionais de bebidas, podendo ser incluídos produtos lançados posteriormente que sigam essas referências. Especialistas em saúde pública, alimentação e nutrição, além de profissionais e instituições ligadas ao direito das crianças contribuíram para a escolha do portfólio.
Em Minas Gerais, a lei estadual nº 18.372, de 2009, já veda a comercialização, em escolas públicas ou privadas, de lanches e bebidas contendo produtos e/ou preparações, industrializados ou não, que contenham altos teores de calorias, gordura saturada, gordura trans, açúcar livre, sal, teor alcoólico e baixo teor nutricional, como frituras, biscoitos industrializados, balas, chicletes, chocolates, refrigerantes e salgadinhos industrializados, entre outros.
A nova política traz efeitos imediatos para cantinas que compram diretamente das fabricantes e de seus distribuidores. Para aquelas que se abastecem em pontos de venda como supermercados, redes de atacados e adegas, por exemplo, haverá uma ação de sensibilização desses comerciantes, por meio da qual todos serão convidados a se unirem à iniciativa.
