Amamentar traz benefícios para o bebê e para a mãe.
Foto: Francielle Caetano/Arquivo PMPA |
Em 1º de agosto comemora-se o Dia Mundial da Amamentação, e, neste ano, marca o início da Semana do Aleitamento Materno, que pretende reforçar a importância da amamentação para a sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança.
De acordo com um estudo publicado no The Lancet Global Health em 2015, crianças amamentadas durante 12 meses em áreas urbanas do Brasil alcançaram aos 30 anos níveis de escolaridade 10% maiores e até a renda mensal 33% maior do que os que foram amamentados por menos de 1 ano, além de terem adquirido um aumento médio de três pontos no quociente de inteligência.
Outra pesquisa publicada no periódico The Lancet, em janeiro deste ano, mostra que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de prevalência de sobrepeso ou obesidade.
E não é só para o filho que o leite materno traz benefícios. Pesquisas conduzidas pelo Centro de Pesquisa para o Câncer da Grã-Bretanha comprovam que amamentar diminui consideravelmente o risco de a mulher desenvolver câncer de mama, já que a doença está ligada à exposição aos hormônios, que é substancialmente menor no período da gestação e da lactação.
Há ainda o valor afetivo trazido pela amamentação. “Ela proporciona um momento de fortalecimento do vínculo materno, de conexão, de cuidado, que também são primordiais para o desenvolvimento da criança”, diz a pediatra Maria Cândida Bouzada, presidente do comitê de aleitamento materno da Sociedade Mineira de Pediatria e professora da Faculdade de Medicina da UFMG.
Mas não é fácil
Apesar de parecer fácil e natural, a amamentação pode representar um grande desafio a várias mães, principalmente as de primeira viagem. Algumas citam dificuldades como falta de leite, dores internas e no mamilo e até uma sensação de aprisionamento, por causa dos horários restritivos das mamadas.
Para cada problema, no entanto, há solução. A professora Maria Cândida afirma que um acompanhamento correto durante a gestação é essencial para prevenir dificuldades na amamentação. “Se o pré-natal é bem feito, ele é capaz de constatar a baixa produção de leite na mãe ainda em tempo de tratá-la. Já quando a criança nasce, a melhor maneira de estimular a produção de leite é amamentando”.
Ela ainda afirmou que não é preciso mudar radicalmente a dieta das mães. “Não existe uma dieta específica para quem está amentando”, diz a pediatra, mas ela destaca que é importante que a mãe se alimente de forma saudável, para garantir os nutrientes para ela própria e para seu filho.
As dores podem ser aliviadas com a pega correta do bebê, com o uso de bicos de silicone ou pela retirada frequente de leite, para evitar empedramentos e mastite.
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Quando desmamar
Até os seis meses de idade, a criança encontra no leite materno todos os nutrientes de que precisa para se desenvolver, dispensando qualquer outro tipo de alimento da dieta.
A partir de então, podem ser inseridos outros alimentos, mas é recomendado que a amamentação continue até que mãe e filho não queiram mais.
“Não existe uma idade limite para parar a amamentação, isso deve acontecer quando a situação não for mais necessária para os dois. É uma decisão de mãe e filho”, pontua Maria Cândida.