Por Cristina Moreno de Castro
“Está achando que dinheiro dá em árvore?”
Quantas vezes você já ouviu esta frase quando era criança e pedia um presente para seu pai ou sua mãe? Essa visão de que a conquista do dinheiro é dificílima e até mesmo sofrida está enraizada em boa parte das pessoas, porque elas foram guiadas, desde crianças, por frases contundentes como a que abre este texto.
E tem jeito de fazermos diferente quando estivermos servindo de modelos para os NOSSOS filhos? Na palestra de Alexandre Junqueira, promovida pela Canguru, que lotou o anfiteatro do Pátio Savassi na manhã deste sábado (27), o coach demonstrou, com exemplos, que sim — é possível ajudarmos nossos filhos a crescerem com convicções e crenças que os ajudarão a tomar as melhores decisões para se tornarem pessoas mais felizes e bem-sucedidas. Não só no que diz respeito ao dinheiro, mas a todos os campos da vida.
CONSTRUINDO REFERÊNCIAS
Junqueira iniciou a palestra falando que o que determina nosso destino na vida são as decisões que a gente toma. E que é na primeira infância que desenvolvemos nossas principais convicções, que começam a reger nossas escolhas.
Menos mutáveis que as convicções, há também as crenças — que são convicções carregadas de grande intensidade emocional e se tornam verdades absolutas para os futuros adultos.
Essas crenças e convições podem ser enfraquecedoras ou fortalecedoras. Por exemplo, a criança pode crescer convicta de que não consegue lidar com dinheiro, de que não tem capacidade de emagrecer, de que não tem determinada habilidade. Ou pode crescer com convicção de que sempre pode dar um significado positivo ao que acontece a ela.
“Somos a principal fonte de crenças e convicções de nossos filhos”, disse Alexandre. Cabe aos pais — e àqueles outros adultos que passam muito tempo com as crianças, como os avós, professores e babás — ajudarem a criança a construir convicções que lhe darão autonomia para tomar as melhores decisões no futuro.
“É legal ensinar para seu filho que ele nunca perde. Ou ganha, ou aprende.”
CRIANÇA ABSORVE TUDO
No processo de comunicação, segundo Alexandre, apenas 7% do que absorvemos vem das palavras e frases. Os outros 93% vêm de origens não verbais, tais como o tom da voz, o olhar, o posicionamento do corpo. E a criança absorve tudo o que passamos a elas, não só as palavras: elas veem o que estamos comendo, fazendo, como tratamos nossos parceiros e pais, nossos comportamentos em geral.
Esses estímulos que oferecemos aos nossos filhos, de todas as formas, os ajudam a enxergar o mundo.
“O importante é dar autonomia à criança. Tem que encorajar, gerenciando os riscos. E estimular a criança a pensar e a tomar suas próprias decisões”, diz Junqueira.
Assista a alguns trechos da palestra de Alexandre Junqueira:
PÚBLICO ENTUSIASMADO
A palestra de Alexandre Junqueira deixou o anfiteatro do shopping Pátio Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, completamente lotado. Todas as 120 cadeiras estavam ocupadas e ainda havia alguns espectadores nas escadas.
O engenheiro Rodrigo Nogueira, 34, também gostou muito da palestra, que assistiu ao lado da mulher, a arquiteta Carla Pivoto, 37, e dos filhos de 2 e 5 anos. Ele conta que já aplica na prática alguns conceitos tratados por Junqueira. “Estamos ensinando nossos filhos a poupar. Compramos um porquinho e colocamos uma foto da Disney nele. Toda vez que eles pedem uma bobagem, perguntamos: ‘Vocês querem mesmo comprar isso ou preferem colocar o dinheiro no porquinho para irmos à Disney?'”, exemplifica. “Ser coach nada mais é que ser um líder para seu filho”, conclui Nogueira.
“Eu gostei muito. Vou ter outra postura em relação a muitas coisas”, disse a farmacêutica Júnea Ramos, 37, mãe de Luísa, de 2 anos, que também assistiu à palestra.
Alexandre Junqueira, 34, é mineiro de Belo Horizonte, tem graduação em educação física (UFMG), pós-graduação em administração e marketing esportivo, é trainer em programação neurolinguística pela Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística e é life & executive coach pelo ICI Integrated Coaching Institute. Ele também é pai de um menino de 3 meses de idade.
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