Saiba os cuidados que você deve tomar ao levar sua criança ao estádio

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    Veja a idade ideal para levar os pequenos a um estádio de futebol pela primeira vez e como garantir a segurança da criança

    Por Thailor Gonçalves

    Os atores Sophie Charlotte e Daniel de Oliveira levaram  o filho Otto ao estádio no Horto com apenas 5 meses | Foto: Bruno Cantini / AtléticoAglomeração de gente, tumulto, barulheira e gritos. Assim podem ser descritos os estádios de futebol durante os jogos. Sobretudo se as partidas envolverem grandes clubes, como nos clássicos entre Atlético e Cruzeiro. Seria esse um ambiente ideal para crianças?

    Elas, afinal, ganharam um incentivo a mais para torcerem in loco por seu time do coração. Desde julho deste ano, entrou em vigor uma nova lei municipal que garante acesso gratuito a menores de 12 anos em estádios e ginásios da capital. Mas cabe aos pais preservarem ao máximo a segurança e o conforto dos pequenos para que eles aproveitem a experiência da melhor forma possível.

    Não há consenso sobre a idade ideal para levar o filho ou filha a uma partida de futebol pela primeira vez. O casal Tainá Souza, 26, e Breno de Paula, 35, não esperou muito para levar a pequena Laura, hoje com 5 meses de idade, a um jogo do Cruzeiro. A estreia da bebê no Mineirão foi com apenas 3 meses. Tainá, que cresceu indo ao estádio com seu pai, diz que a pequena se comportou “como gente grande” e não chorou em momento algum. Tanto que já repetiu a experiência outras vezes desde então.

    A pequena Laura foi pela primeira vez ao estádio com os pais  quando tinha apenas 3 meses e se comportou “como gente grande” | Foto: Arquivo pessoalPara a jovem mãe, a segurança e o bem-estar de Laura estão em primeiro lugar. “Como eu conheço bem a realidade do estádio, evito locais com concentração de torcidas organizadas e carrego na bolsa vários conjuntos de roupa, caso o clima mude. Ela fica o tempo todo com abafador de ruídos no ouvido, para evitar problemas com a audição e stress”, relata.

    Chegar ao início das partidas com no mínimo uma hora de antecedência, parar o carro no estacionamento do estádio e evitar clássicos, que envolvem times de muita rivalidade, são outros cuidados tomados para preservar a tranquilidade de Laura.

    Foi também aos 5 meses que Otto acompanhou seus pais, os atores Daniel de Oliveira e Sophie Charlotte, ao jogo do Atlético contra a Chapecoense na Arena Independência, no último dia 8 de agosto. Detalhe: o jogo foi à noite, às 20 horas. Na ocasião, eles posaram para os fotógrafos com o bebê e também com os filhos mais velhos de Daniel, Raul, de 7 anos, e Moisés, de 5.

    O pastor Sergio Ricardo Oliveira com os  filhos para ver o Atlético, time do coração | Foto: Arquivo pessoalO pastor evangélico Sergio Ricardo Carvalho de Oliveira, 42, achou melhor esperar seu filho João Pedro completar 3 anos antes de assistir com ele ao espetáculo de seu time do coração, o Atlético. Seus critérios para saber que o filho já poderia encarar a empreitada foram práticos: “Ele já andava sozinho, não dependia de fraldas e a alimentação dele já não era tão complexa. Foi aí que percebi que era o momento certo”.

    Oliveira não se preocupou muito naquela primeira vez. “Passei protetor solar e o alimentei antes de irmos. Lá, comprei suco e um salgadinho. A única coisa que levei de casa foi uma garrafa de água que, com a correria, acabei esquecendo no carro”, lembra.

    Já o guitarrista da banda Jota Quest, Marco Túlio Lara, 45, esperou seu filho Marcos completar 8 anos antes de levá-lo ao estádio pela primeira vez. “Ele estava querendo ir e já aguentava o pique de uma partida inteira. Eu prometi que o levaria e ele ficou cobrando. Quando veio a oportunidade de eu estar em casa e ter um jogo do Cruzeiro, a gente foi.”

    A psicóloga especialista em psicologia do esporte Renata Victor Silva concorda que não existe uma idade específica para que a criança comece a ir ao estádio. O que deve ser considerado é o conforto. “A iniciação da presença de crianças nos estádios deve ser feita a partir do cuidado dos pais com a segurança e bem-estar delas.”

    Outros fatores, segundo Renata, estão ligados ao próprio time e à autonomia da criança. “Deve-se levar em conta a partida do dia, o momento vivido pelo time no torneio e a disponibilidade dos pais em relação ao tempo da criança, caso esta não consiga concentrar-se durante o jogo inteiro, ou tenha necessidade de ir ao banheiro ou alimentar-se no decorrer do tempo de jogo.”

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    Cuidados extras

    Dicas de segurançaPara o pediatra e médico do esporte Carlos Eduardo Reis da Silva, os pais devem ter cuidado redobrado caso queiram levar seus filhos ainda pequenos a um estádio. “O bom senso deve prevalecer. As arenas são locais onde há possibilidade de tumulto, barulho e, por se tratar de locais abertos, estão sujeitas a mudanças climáticas, como variações na temperatura, sol e chuva”, alerta.

    O especialista aconselha que os fatores de risco à criança sejam amenizados. “O uso de protetores auriculares, roupas adequadas e protetor solar são essenciais. O que os pais devem ter em mente é que o bem-estar da criança é o objetivo a ser alcançado.”

    Já o capitão Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, destaca a importância de os pais buscarem locais seguros dentro dos estádios para assistir aos jogos. “É importante buscar espaços comuns às famílias e evitar ficar próximo a torcidas organizadas.”

    A violência de alguns torcedores mais fanáticos é justamente o maior receio do pastor Oliveira quando vai ao estádio com seu filho mais velho. “Sou muito rigoroso quanto à prudência necessária”, diz ele, que elenca suas precauções: não portar objetos de valor, chegar com antecedência ao local da partida para evitar aglomerações de torcida e não discutir sobre futebol.

    Benefícios

    Para a psicóloga Renata Victor Silva, torcer por um time é algo que colabora para o desenvolvimento emocional da criança. “Sentir-se participante e representante de um grupo é um processo essencial para sua constituição como indivíduo. A experiência de ‘fazer parte’ de uma equipe como torcedor é, para além do ciclo familiar, a base dos processos de identificação e diferenciação que ocorrerão ao longo da vida”, destaca.

    Marco Túlio aprendeu com o pai a curtir os jogos do  Cruzeiro no Mineirão e hoje leva os filhos sempre que pode | Foto: Reprodução / Instagram

    Para os pais que fazem questão de levar seus filhos às partidas, o maior benefício da experiência é o momento familiar e as memórias que as crianças vão guardar para sempre.

    “Tenho muitas lembranças de quando ia ao estádio com meu pai. Faço questão de manter a tradição porque acredito que o ambiente do estádio permite a confraternização entre a família. Sempre é um tempo muito agradável”, conta o guitarrista Marco Túlio, que também é acompanhado pelo pai, João Lara, de 77 anos, sempre que vai torcer pelo time azul-celeste.

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