Por Cris Guerra
Há pouco mais de um ano, você não tinha uma revista como esta nas mãos. A vida seguia seu curso e seu filho levantava um dedinho a menos para responder quantos anos tinha. Vou mais longe: muitos que agora leem este texto sequer se interessariam por ele, pois não tinham e nem pretendiam ter filhos. Meu amigo Edson era solteiro. Hoje é casado e pai de gêmeos.
Um ano atrás, a Canguru era uma ideia sem nome — e sem juízo. Uma ousadia morando na cabeça da Ivana, como alguns bebês que hoje enchem a casa não passavam de um alto índice de beta HCG no laudo do exame.
O tempo é o mesmo para todos, mas seu significado é relativo. Para uma criança de 12 meses, um ano é sua vida inteira. Em um ano, Francisco perdeu quase todos os sapatos. O comprimento de suas calças de uniforme denuncia uma mãe 365 dias mais relapsa. Com mais dois livros publicados, cinquenta palestras a mais no currículo e um aumento que não consigo calcular no seu hodômetro das viagens.
Há um ano, jamais imaginávamos que Ginger faria parte dessa família. Hoje, não sabemos mais viver sem esse gato ruivo vira-lata que chegou do tamanho de um rato e acaba de completar 6 meses. Um ano são dois Gingers. Eu não daria conta.
Um ano. Quatro estações, 52 semanas. Dentes que nasceram ou caíram, pés que cresceram em velocidade vertiginosa. Mais amores que passamos a sentir, sem os quais não queremos mais viver. Como não imaginamos mais a nossa vida sem os filhos. Ou o nosso dia a dia sem a Canguru.
Cris Guerra é publicitária, escritora e palestrante. Fala sobre moda e comportamento em uma coluna diária na rádio Band News FM e a respeito de muitos outros assuntos em seu site www.crisguerra.com.br. Na Canguru, escreve sobre a arte da maternidade. É mãe de Francisco, de 9 anos, que fez a ilustração da coluna especial do mês das crianças.