Por Daniele Franco
Quem tem crianças em casa sabe como elas são curiosas. E aquelas que ainda estão descobrindo o mundo, entre 1 e 4 anos de idade, gostam de experimentar as novidades não só com as mãozinhas, mas também colocando tudo na boca.
Sem nenhuma noção de perigo, elas estão mais sujeitas à intoxicação. A pediatra e toxicologista Ana Carolina Costa, do Hospital João XXIII, falou sobre alguns fatores de risco na primeira edição do evento Pai tem que fazer de tudo, organizado pelo blogueiro da Canguru Bruno Santiago.
Medicamentos – São os maiores responsáveis por casos de intoxicação em crianças, representando mais de 30% do total das causas das ocorrências. O campeão nessa categoria é o paracetamol. De acordo com Ana Carolina, a diferença entre a dosagem de tratamento e a tóxica é muito pequena, e os pais mesmo acabam cometendo erros ao medicarem seus filhos com o fármaco, daí a importância de sempre consultar um médico antes e estar sempre atento às gotinhas que vão ser dadas à criança.
Raticidas – Em segundo lugar entre os causadores de intoxicações, os venenos são responsáveis por 14% das ocorrências. O grande perigo reside no fato de que as crianças veem o veneno que era para matar ratos e acabam ingerindo achando que é comida. Outro perigo é a associação do raticida a praguicidas, o que deixa o veneno ainda mais perigoso para os pequenos.
Produtos de Limpeza – Todo cuidado é pouco quando se trata de produtos de limpeza, principalmente porque eles têm aromas e apresentação agradáveis às crianças. Os de fabricação clandestina, envasados em garrafas pet ainda apresentam um atrativo a mais, já que podem ser facilmente confundidos até por adultos.
Os perigos dos animais peçonhentos
Além dos problemas com ingestão de produtos, outros perigos estão à espreita. Animais peçonhentos, por exemplo, representam uma grande ameaça às crianças, e são registrados mais de 100 mil casos de acidentes com eles por ano.
Algumas espécies representam maior perigo de envenenamento e até mesmo morte. Entre elas, estão aranhas, serpentes, lagartas e escorpiões, sendo estes os maiores causadores de acidentes.
Saiba mais sobre as espécies que apresentam riscos:
Aranhas – Na região, a única espécie que traz maior risco é a aranha-marrom. Normalmente, essa é uma aranha dócil, que não ataca sem motivo. O grande perigo, porém, é que ela costuma se abrigar dentro de roupas e sapatos, e quando alguém tira do armário para usar, ela ataca.
Serpentes – Não é tão comum se deparar com serpentes na cidade, mas três espécies representam perigo na região de Minas Gerais: a jararaca, a coral-verdadeira e a cascavel. A médica Ana Carolina Costa alerta para os principais erros ao proceder com vítimas de serpentes:
Torniquetes, cortar/espremer, aplicar substâncias, sucção e suspender o consumo de água são totalmente contra indicados em caso de acidentes ofídicos. O que se deve fazer é procurar imediatamente um posto médico.
Escorpiões – Os acidentes com escorpiões representam 56,1% das notificações recebidas, e, na região, são causados principalmente pelo escorpião-amarelo. Minas Gerais foi o campeão de ocorrências em 2015, com quase 18 mil casos. No Brasil inteiro, mais de 74 mil foram registrados. Para evitar esses acidentes, recomenda-se examinar roupas, sapatos, toalhas, panos e tapetes antes de usar, além de manter camas afastadas da parede. Lembrando que dedetização não funciona.
Lagartas – Em acidentes com lagartas, elas costumam deixar fragmentos de cerdas, que contém toxinas e causam irritação. A recomendação é lavar bem a região para retirá-los. No caso das taturanas, é causado envenenamento, e a melhor solução é procurar um serviço de saúde.
Conheça a cartilha de animais peçonhentos da Funed.
Em caso de envenenamentos, ligue para o Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII pelos telefones (31) 3224-4000 / (31) 3239-9224.