SBP lança orientações para manter a saúde das crianças na era digital

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Por Rafaela Matias

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Após a Academia Americana de Pediatria (AAP) divulgar suas novas diretrizes para o uso de tecnologia por crianças e adolescentes, notícia dada em primeira mão pela Canguru no dia 21 de outubro, é a vez da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançar o seu próprio conjunto de orientações em defesa da saúde das crianças e adolescentes na era digital.

O documento inédito no Brasil foi divulgado no último domingo (6) pela SBP e faz adaptações de estudos e recomendações internacionais para a realidade nacional. De acordo com a entidade, análises científicas comprovam que a tecnologia influencia comportamentos, muitos deles inadequados, desde os primeiros anos da infância e é preciso dar atenção ao tema para conseguir a melhor orientação ao pediatra no atendimento de seus pacientes e familiares. “Existem benefícios e prejuízos advindos dessas tecnologias. O desafio é saber usá-las na dose certa. Nestes contextos, o pediatra tem um papel central, pois, pelo respeito e confiança que recebe das famílias, pode ser o agente de mudanças ao orientar os pais a agirem diante de cenários de risco”, ressaltou a presidente da SBP, a médica Luciana Rodrigues da Silva

Veja abaixo algumas das recomendações:

 

PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  • Nas telas do mundo digital tudo é produzido como fantasia e imaginação para distrair ou afastar do mundo real – portanto, não se deixe enganar no mundo virtual; 
  • A senha é só sua, não compartilhe sua senha com ninguém, ninguém mesmo! Única exceção apenas para seus pais que são responsáveis por você até completar os 18 anos, legalmente. 
  • Preste atenção para não adicionar qualquer pessoa desconhecida e jamais marque encontros com pessoas estranhas ou conhecidas apenas da Internet e que enviam mensagens solicitando encontros com você! 
  • Cuidado ao utilizar a webcam, evite a exposição se você estiver sem roupas ou mesmo no seu quarto ou sozinho em qualquer lugar; 
  • Seja quem você é mesmo, sem criar avatares, heróis ou inimigos que nem existem, ou só existem na sua imaginação. Pode ser engraçado, mas nem sempre é brincadeira! Você pode se machucar à toa, fique sempre alerta aos desafios ou confrontos que podem terminar em problemas sérios, colocando sua vida em risco.
  • Seja respeitoso online e trate os outros como gostaria de ser tratado, afinal você merece respeito de todos também. Evite repassar mensagens que possam humilhar, ofender, zombar ou prejudicar a pessoa que recebe este seu recado.
  • Crescer e construir o seu corpo precisa de horas de sono e alimentação balanceada e saudável. Se você estiver se sentindo cansado, sonolento, com fome ou sem apetite, ou com dor de cabeça, nas costas, nos olhos ou nos ouvidos, desligue o seu celular ou seu computador, converse com seus pais ou consulte seu médico pediatra.

 

PARA PAIS:

  • Verificar a classificação indicativa para games, filmes e vídeos e conteúdos recomendados de acordo com a idade e compreensão de seus filhos;
  • Estabelecer regras e limites bem claros sobre o tempo de duração em jogos por dia ou no final de semana e sobre a entrada e permanência em salas de bate-papo, redes sociais ou durante jogos de videogames online;
  • Discutir francamente qualquer mensagem ofensiva, discriminatória, esquisita, ameaçadora ou amedrontadora, desagradável, obscena, humilhante, confusa, inapropriada ou que contenha imagens ou palavras pornográficas ou violentas;
  • Recomendar aos seus filhos que nunca forneçam a senha virtual a quem quer que seja, nem aceitem brindes, prêmios ou presentes oferecidos pela Internet, assim como também jamais ceder a qualquer tipo de chantagem, ameaça ou pressão de colegas ou de qualquer pessoa online;
  • Lembrar sempre que você como adulto, pai ou mãe, e, com a convivência diária, se torna um modelo de referência para seus filhos. Portanto dar o primeiro exemplo: limite o seu tempo de trabalho no computador, quando em casa. Desconectar e estar presencialmente com seus filhos. 


PARA EDUCADORES E ESCOLAS: 

  • Informar de modo adequado e detalhado os educadores e professores sobre o uso ético, saudável e com segurança das tecnologias e aplicativos durante o tempo de convívio com as crianças e adolescentes nas escolas e cursos;
  • Realizar atividades com os alunos e palestras de prevenção e proteção de todos, estabelecendo regras e limites no contato diário entre professores-alunos, alunos-alunos e evitando mensagens e encontros com desconhecidos com o uso das tecnologias;
  • Temas como sexualidade e exploração sexual online, comportamentos de violência, cyberbullying, uso de drogas, “brincadeiras e desafios perigosos” devem fazer parte do currículo escolar e da programação da escola em atividades ou palestras de promoção de saúde e prevenção de riscos;
  • Ficar atento aos sinais de riscos pessoais, sociais ou digitais que seu aluno possa apresentar;
  • Estabelecer redes intersetoriais com os pais e com as referências profissionais de especialistas para a proteção de sua escola e deixar sempre em local visível como denunciar casos de violência, sexting ou cyberbullying ou qualquer outro problema, no disque-denúncia tel. 100 ou acessando a rede SAFERNET new.safernet.org.br

 

 PARA PEDIATRAS: 

  • Avaliar, aconselhar e orientar sobre o tempo de uso diário das tecnologias e celulares, videogames e computadores durante a consulta e correlacionar com os sintomas apresentados por crianças e adolescentes;
  • Avaliar hábitos de sono, alimentação, exercícios, comportamentos e condutas com os colegas na escola, além do rendimento escolar e da dinâmica familiar.
  • Programar com as crianças e adolescentes e suas famílias um plano de “dieta midiática” de acordo com as idades e desenvolvimento cognitivo e maturidade;
  • Incluir nos protocolos de atendimento as rotinas que permitam tanto a prevenção como o diagnóstico e tratamento dos danos à saúde física, decorrentes do uso abusivo das tecnologias digitais, tais como: obesidade, distúrbios do sono, lesões articulares, problemas posturais, alterações da visão, perda auditiva, transtornos comportamentais e mentais dentre outros já demonstrados por diversos estudos da literatura científica;
  • Considerar e avaliar com mais atenção crianças e adolescentes que apresentem comportamentos agressivos, dissociativos entre o mundo real e o virtual, dependentes da tecnologia-Internet-videogames, que apresentem transtornos de sono, alimentação, higiene, uso de drogas ou queda do rendimento escolar ou apresentam sinais de violência, bullying, cyberbullying, sinais corporais de automutilação ou quando relatam “desafios” online com colegas da escola.

 

Confira a íntegra do manual de orientações da SBP.


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