Problemas de visão não diagnosticados podem causar evasão escolar

130
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

Com informações da Agência Câmara

Foto: PixabayHá dez anos, 10% das crianças nas escolas brasileiras precisavam de óculos. Hoje, o número subiu para 20%.

O dado alarmante, estimado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, foi discutido em audiência pública que aconteceu na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (29) para debater os reflexos no aprendizado dos problemas de visão não diagnosticados em crianças.

O professor e médico oftalmologista Leôncio Queiroz disse que a falta de óculos para esses alunos é um problema primário. “É a maior causa de cegueira funcional”, afirmou. Para Queiroz, o fato tem relação direta com a evasão escolar.

“Crianças que começaram a usar óculos tiveram melhora na concentração. Além disso, 88% dos pais afirmaram que elas estavam mais estimuladas para estudar. Todas os alunos que se queixavam de dor de cabeça pararam de reclamar do sintoma”, disse.

Ele destacou que os problemas de visão devem ser diagnosticados e corrigidos antes dos oito anos, para que não se tornem quadros irreversíveis. “Os programas de saúde pública devem ser iniciados nos alunos da pré-escola”, afirmou.

O presidente da Fundação Abióptica, Bento Alcoforado, considerou que a situação é ainda mais grave na população que não está na escola. Ele disse que uma grande parcela das crianças nunca foi ao oftalmologista, e 12 milhões entre seis e 12 anos dizem ter problemas para enxergar.

Médico nas escolas

O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), que também é oftalmologista, sugeriu a inclusão, no programa Criança Feliz, de exame para avaliar a necessidade do uso de óculos (exame de refração). O programa visa promover o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância.

Gonçalves destacou que esses exames devem ser feitos por especialistas, porque um diagnóstico superficial pode colocar a visão do paciente em risco. “Há pessoas que não são médicas tentando aplicar métodos médicos”, disse ele, que citou como exemplo alguns acupunturistas.

Jociane Maia, do Ministério da Saúde, considerou importante a parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação para criar programas que levem médicos às escolas. Ela citou como exemplo o Programa Saúde na Escola, que ampliou a área de atendimento por meio dessa parceria.

Baixa visão 

Representante do Ministério da Educação, José Miranda citou dados da OMS mostrando que, se não forem tomadas as medidas adequadas, em 2020 existirão 75 milhões de pessoas cegas no mundo e 225 milhões de portadores de baixa visão.

Ele também destacou que 90% dos casos de cegueira ocorrem nos países emergentes e subdesenvolvidos.

A professora especialista em educação de deficientes visuais Isabela Baudson afirmou que para quem já possui baixa visão ainda é mais complicado. “Com o avanço da medicina o número de cegos está diminuindo, mas aumenta o número de pessoas com baixa visão. Precisamos ter um olhar específico para elas”, alertou. 

Leia também:

Exames de vista desde cedo ajudam a prevenir problemas graves de visão

Mamães, não deixem de fazer o “teste do olhinho”

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui