Por Rafaela Matias
Os preços de ingresso praticados pelo cinema brasileiro estão entre os mais caros do mundo. Segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, em 2011, os valores cobrados em São Paulo, uma das cidades mais caras do país, superam as entradas registradas em Nova York, Tóquio e Paris. Embora um pouco abaixo da capital paulista, o cinema belo-horizontino também não é barato (a média da inteira gira em torno de R$ 21,00, podendo chegar a R$ 48,00 em algumas salas), o que inviabiliza o acesso de várias famílias aos filmes exibidos nas telonas da cidade.
A campanha #leveumacriançaaocinema, idealizada pelo diretor mineiro Igor Amin e pela empresa de audiovisual Cocriativa, pretende solucionar o problema – ou parte dele –, aumentando o acesso com a ajuda de todos. A ideia é reunir pessoas que abracem a causa e contribuam no site Catarse, para possibilitar que 1.400 crianças de escolas públicas da região metropolitana de Belo Horizonte possam ir ao cinema participar de exibições educativa do filme “O Que Queremos para o Mundo?“. Cada criança beneficiada recebe um ingresso para a exibição do longa, um combo de pipoca com suco e uma oficina especial com debate filmado para escolas e famílias após a sessão.
Veja o vídeo de uma das sessões:
Uma das beneficiadas é Isabela Nicole Ribeiro Pereira, aluna do 4º ano da Escola Municipal Monsenhor João Rodrigues de Oliveira. Aos 10 anos de idade, a pequena tinha ido ao cinema duas vezes – a primeira no ano passado, no filme Divertidamente. A sua animação preferida, Madagascar, só foi possível assistir em DVD. Como a sua escola é uma das participantes da campanha, ela pôde ter a sua terceira sessão no filme “O Que Queremos para o Mundo?”, e saiu de lá certa de uma coisa: “Eu aprendi que não podemos desistir dos nossos sonhos”, disse.
Além de Isabela, mais de 300 crianças da instituição tiveram os seus sonhos reforçados pelo projeto. Para o pedagogo Reinaldo Felício de Lima, professor responsável por levar os alunos ao cinema, essa é uma forma de expandir o pensamento crítico e valorizar a cultura nacional. “A partir do momento em que a gente proporciona o acesso, principalmente a filmes brasileiros, abrimos o leque de conhecimento dessas crianças. Já estamos realizando até mostra de curtas dentro do colégio, a próxima será exibição de curtas na área étnico-racial.”, afirma.
A campanha fica no ar até 5 de janeiro de 2017. Clique AQUI para ajudar.
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