10 doenças que mais atingem as crianças no verão e como preveni-las

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Por Rafaela Matias

verao-criancaAlém dos dias mais longos, por causa da mudança de horário, o calor do verão nos convida a sair de casa. Passeios ao ar livre, banhos de piscina, brincadeiras ao sol. O sonho de toda criança! Mas, de acordo com o médico Cássio Ibiapina, diretor da Sociedade Mineira de Pediatria, as altas temperaturas também trazem preocupações, como a proliferação do mosquito transmissor da dengue e o excesso de raios ultravioletas. É claro que ninguém vai deixar de curtir as férias por causa disso, mas alguns cuidados precisam ser tomados para que o descanso seja, de fato, saudável.

Com a ajuda do especialista mineiro e do médico José Ribamar Branco, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a Canguru listou as 10 doenças que mais atingem a criançada nesta época do ano. Entenda cada uma delas e saiba como proteger os filhotes que adoram se divertir ao sol.

 

1- Bicho geográfico

Foto: PixabayO bicho geográfico, também chamado de larva migrans, é um verme que possui o corpo alongado, cilíndrico e afilado nas extremidades. Ele parasita cães e gatos e os seus ovinhos são eliminados nas fezes desses animais. Quando caem na areia ou na terra, os ovos dos vermes se rompem, liberando as larvas do bicho geográfico. Na areia, essas larvas se desenvolvem e quando atingem 0,5 milímetro já conseguem penetrar na pele de cães, gatos e das pessoas.

Sintomas: coceiras na pele, que podem piorar à noite; sensação constante de movimento por baixo da pele; vermelhidão e inchaço na pele.

Prevenção: cuidado com contato fezes de cães e gatos, principalmente na praia.

 

2- Brotoejas

São erupção temporárias que surgem na pele, muito próximas umas das outras. A brotoeja surge devido ao calor, em áreas do corpo onde há muito contato com a roupa, como o peito, a barriga, o pescoço, a virilha e o bumbum. Se a criança usar chapéu ou boné, a brotoeja pode aparecer até no couro cabeludo e na testa, e de vez em quando também no rosto.

Sintomas: irritação, coceira e aparecimento de pequenas erupções.

Prevenção: usar roupas leves e de algodão, passar filtros solares e dar preferência a ambientes arejados.

 

3- Conjuntivite

Foto: PixabayÉ a inflamação da conjuntiva – membrana que reveste o globo ocular. A doença pode ter como origem agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus. Durante o verão, a mais comum é a bacteriana, uma vez que as bactérias causadoras se propagam na água.

Sintomas: vermelhidão, inchaço, ardência e a presença de secreção. Em dias muito quentes, tende a piorar.

Prenveção: não compartilhar com ninguém, enquanto estiver contaminado, objetos de higiene pessoal. Não é recomendável coçar os olhos. Lavar as mãos e o rosto com frequência também é essencial.

 

4- Dengue, Zika Vírus e Chikungunya

O Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão dos três vírus, se reproduz preferencialmente em ambientes quentes e úmidos, característicos do verão.

Sintomas: no calor, é preciso estar duas vezes mais atento a febres, manchas e dores no corpo, que podem ser sintomas de dengue, zika e chikungunya.

Prevenção: a melhor forma de ficar livre deste é acabar com todo foco de reprodução do mosquito (vasos, pneus, garrafas ou quaisquer outros recipientes que possibilitem acúmulo de água). Além disso, o uso de repelentes contra insetos pode evitar picadas que possam transmitir o vírus. Mangas compridas e telas protetoras em janelas também ajudam.

 

5- Desidratação

Foto: PixabayÉ quando o corpo perde, de forma excessiva, líquidos e sais minerais (mais de 2,5 litros de água por dia) por meio da saliva, suor, urina e fezes. Isso pode acontecer por meio de transpiração excessiva, diarreia ou vômitos.

Sintomas: Quando desidratada, a pessoa sente uma sede intensa, fica com os olhos, mucosas e boca secas, passa longos períodos sem urinar e aumenta a irritabilidade.

Prevenção: ingerir líquidos em abundância, principalmente água; consumir alimentos leves e frescos; usar roupas leves; preferir ambientes arejados e com sombra.

 

6- Fitofotodermatose

São queimaduras causadas pela exposição da pele a frutas cítricas, como o limão.

Sintomas: surgimento de manchas, geralmente nas primeiras 24 horas após o contato. Inicialmente, elas são avermelhadas como uma queimadura e, posteriormente, as manchas ficam mais escuras. A região pode arder e coçar, podendo chegar a reações mais intensas como o surgimento de bolhas.

Prevenção: lavar as mãos com atenção após lidar com frutas cítricas. Use sabão e esfregue-as completamente, fazendo o mesmo com outras partes do corpo que também tenham entrado em contato.

 

7- Insolação

Ocorre mediante exposição prolongada a ambientes quentes e secos, envolvendo geralmente contato direto com a luz solar.

Sintomas: O distúrbio provoca um mal-estar generalizado, febre alta, pele avermelhada e seca, pulsação acelerada, falta de ar, enjoos, tonturas e possíveis desmaios.

Prevenção: tomar cerca de três litros de água por dia; aplicar protetor solar antes de se expor ao sol, repassando, se possível, a cada duas horas, sempre com a pele seca; evitar a exposição ao sol entre as 10 e as 16h.

 

8- Intoxicação alimentar

Foto: PixabayAs infecções gastrointestinais podem ter origem bacteriana ou viral e normalmente são originadas por conta da ingestão de comidas mal conservadas ou mal higienizadas.

Sintomas: essas intoxicações costumam provocar náuseas, diarreias e vômitos.

Prevenção: sempre conhecer a procedência e condição de conservação dos alimentos, especialmente vegetais, carnes e peixes crus.

 

9- Micose

São infecções dermatológicas causadas pela proliferação de fungos em algumas partes do corpo. As partes afetadas são geralmente as mais quentes e úmidas, uma vez que oferecem as condições ideais para a reprodução dos fungos. O verão favorece este processo, pois a temperatura corporal tende a aumentar e expõe-se mais a ambientes molhados.

Sintomas: as regiões comprometidas pelas micoses apresentam coceira constante, irritação, vermelhidão e ressecamento.

Prevenção: manter todas as dobras do corpo bem secas e higienizadas (virilha, axilas e entre os dedos dos pés, por exemplo); ter atenção especial às crianças que não têm o hábito de secar os pés; evitar compartilhar toalhas e calçados; não calçar sapatos fechados em dias muito quentes; não andar descalço em ambientes públicos.

 

10- Otite

É uma infeção do ouvido médio, um pequeno espaço cheio de ar atrás do tímpano. As infecções de ouvido costumam ser dolorosas devido à inflamação e acúmulo de secreção.

Sintomas: dor de ouvido (leve a grave), febre, líquido espesso e amarelado ou sanguinolento saindo do ouvido, perda de apetite, vômito, dor de cabeça, problemas para dormir.

Prevenção: existe uma predisposição individual para otites, o que dificulta a prevenção.  Para alguns tipos, evitar longos períodos na piscina pode ajudar.

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