Por Metro Jornal – As relações femininas são um ponto focal no roteiro de Pedro Almodóvar. Amigas, mãe e filha, amantes, rivais incontestáveis e, muitas vezes, tudo isso junto, são os motores das produções do cineasta espanhol.
Com “Mães Paralelas”, que estreia hoje nos cinemas brasileiros, ele reencontra o ponto mais sensível desde o aclamadíssimo “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999). Penélope Cruz, que tem no amigo cineasta um dos melhores parceiros de sua carreira, carrega a narrativa nas costas com a jovem Milena Smit, 25 anos, indicada ao Goya de atriz revelação no ano passado por “No Matarás”.
É por meio dos personagens delas que o filme aprofunda o tema da maternidade, permeado por violências, mas também por sobrevivência, graças ao apoio entre as mulheres.
Penélope vive a fotógrafa Janis, enquanto Milena vive a adolescente Ana. Seus destinos, como um bom filme de Almodóvar, se cruzam no quarto de hospital durante o trabalho de parto de seus bebês. Ambas serão mães solo e, após o nascimento das filhas, ficam em contato.
Enquanto Janis decidiu levar adiante a gravidez após um encontro casual com o arqueólogo Arturo (Israel Elejalde), Ana parece esconder uma história muito mais traumatizante.
Arturo, que ajuda nas escavações de uma cova coletiva de vítimas da Guerra Guerra Civil (1936-1939) na cidade de Janis, decide conhecer a filha. O encontro, no entanto, detona uma série de descobertas que levam Janis a se aproximar da colega de quarto da maternidade, sobretudo depois da morte da bebê de Ana. Um jogo de erros cheio de cores, memória e anedotas que remontam ao melhor de Almodóvar.
LEIA TAMBÉM: